UOL Esporte Vôlei
 
19/04/2010 - 07h01

Destaques da final da Superliga, Jaque e Natália celebram momentos distintos

Paula Almeida
Em São Paulo
  • Natália (e) e Jaqueline conduziram o Osasco rumo ao título da Superliga feminina 2009/2010

    Natália (e) e Jaqueline conduziram o Osasco rumo ao título da Superliga feminina 2009/2010

Jaqueline coroou a grande fase que viveu na reta final da Superliga feminina de vôlei com o título de melhor jogadora da decisão de domingo, na vitória de seu Sollys/Osasco sobre a Unilever no ginásio do Ibirapuera. Justa pelo grande volume de jogo na defesa apresentado pela ponteira, a premiação seria igualmente correta se apontasse a oposta Natália, que fez nada menos do que 28 pontos e foi o grande destaque da partida no ataque. Independentemente de quem tenha ficado com o prêmio (uma viagem com acompanhante para qualquer lugar do Brasil), as duas jogadoras estão em alta neste final de temporada.

Após passar cinco anos fora do Brasil, dividindo-se entre Itália e Espanha, Jaque foi repatriada nesta temporada em uma ação que uniu os objetivos dela e da equipe. A ponteira queria voltar ao país para casar com o então namorado, o atacante Murilo, e jogar ao lado do marido, que é ponteiro do Sesi. O Osasco, por sua vez, tinha a intenção de substituir sua principal jogadora, Paula Pequeno, que decidiu ir jogar na Rússia.

No final das contas, a parceria rendeu bons frutos tanto à atleta quanto ao time. Jaqueline se tornou referência no ataque do Osasco, dividindo a tarefa com a jovem Natália, e aumentou incrivelmente a qualidade da linha de passe da equipe paulista, que conta ainda com a ponteira Sassá e a líbero Camila Brait.

Em estado de graça, a campeã olímpica era uma das mais emocionadas após a final de domingo no Ibirapuera. “Eu não vim para ocupar o lugar de ninguém. Vim para somar e para ajudar o time a reconquistar o título”, declarou Jaque, aos prantos.

Depois, mais calma, a atacante fez questão de destacar a ajuda das companheiras em seu rápido entrosamento. “O grupo me apoiou muito. Quando o time soube que a Paula sairia e eu cheguei, todas me receberam de braços abertos e me passaram muita confiança”, lembrou Jaqueline, que agora espera retornar à seleção brasileira - e deverá estar na lista do técnico José Roberto Guimarães para as disputas deste ano.

Sobre a final, a ponteira, que já havia sido campeã com a Unilever, destacou a atuação de seu time e negou que o fato de Osasco ter perdido as últimas quatro decisões tenha pesado em sua performance. “Pra mim, aquilo não estava engasgado. Já joguei na Unilever, gosto muito das pessoas de lá, mas hoje eu posso dizer que minha atual comissão técnica e as jogadoras me ajudaram demais. Pra mim, esse título é a superação depois de ter voltado ao Brasil”.

Mas se Jaqueline ao estava preocupada com as derrotas de Osasco nas últimas quatro temporadas, a oposta Natália estava, e muito. “Nossa, é uma sensação de alívio. Tiramos um caminhão das costas”, resumiu a jovem oposta de 21 anos.

Com uma atuação tímida no início da final de domingo, Natália cresceu ao longo da partida e teve uma performance praticamente impecável nos dois últimos sets, justamente quando Osasco apresentou seu melhor vôlei. O aumento de produtividade da oposta, porém, veio em um momento específico. No final do terceiro set, o árbitro errou uma marcação e deu ponto para a Unilever, fato que gerou muita reclamação por parte das donas da casa. Naquele instante, Natália despertou.

“Ah, a partir daquele erro, eu falei ‘não dá mais, outro ano não’. Aí bati no coração e a gente comprou a briga”, resumiu a atacante, que passou a vibrar cada ponto com extrema euforia, sempre convocando a torcida para o jogo. “A gente tenta chamar a torcida sempre que o time está um pouco cabisbaixo. E eu chamei o jogo porque estava sentindo que precisava, estava a fim de ajudar a nossa equipe”.

Menina dos olhos do técnico da seleção brasileira, José Roberto Guimarães, Natália quer agora se focar apenas no combinado nacional e depois pensar na próxima temporada. “Agora eu só quero saber de seleção. Ainda é cedo para falar do Sollys, mas eu espero continuar no time”.

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