Ex-oposta Raquel foi eliminada logo no quali em Brasília, mas já traça planos altos no vôlei de praia
Três duplas brasileiras entraram em quadra nesta terça-feira no qualificatório feminino da etapa de Brasília, a primeira do Circuito Mundial 2010. Mas para uma atleta em especial, esta manhã na capital federal teve um sabor diferente. Aos 31 anos, a ex-oposta Raquel, medalhista de bronze com a seleção brasileira em Sydney-2000, fez sua estreia internacional no vôlei de praia.
Após disputar as últimas etapas do Circuito Nacional 2009 para conhecer a modalidade, Raquel entrou de cabeça no vôlei de praia nesta temporada. E em apenas quatro meses no esporte, a atleta tem arrancado elogios. Ao lado de Ágatha, que já pode ser considerada uma veterana das areias apesar da pouca idade (26 anos), Raquel conquistou bons resultados no início da temporada, sendo o principal deles o terceiro lugar na etapa de Caxias do Sul do campeonato brasileiro.
Mas nem a idade nem o bom início de ano foram suficientes nesta terça-feira. Logo na estreia, a dupla perdeu de virada para as gêmeas finlandesas Nystron (que disputam o Circuito há pelo menos seis temporadas) por 2 sets a 1, parciais de 15-21, 21-12 e 15-12, e foi eliminada da competição.
Depois do jogo, Raquel admitiu que o nervosismo a atrapalhou dentro de quadra. “Estou tendo uma experiência nova e fiquei muito ansiosa no jogo, muito nervosa. Aqui é uma outra energia, uma área que eu estou aprendendo a dominar agora”, admitiu a carioca. “Não foi de todo mal, mas tive alguns vacilos individuais ao longo do jogo. São coisas que eu estou treinando e que ainda vão melhorar”.
Apesar da eliminação precoce, Raquel mostrou muita empolgação ao falar de sua nova fase. “Estou amando. Digo a todo mundo que se eu soubesse que era assim, teria mudado há mais tempo”, brincou a ex-jogadora de quadra, depois falando sério sobre as diferenças entre as modalidades. “Em termos técnicos, o que eu estou tendo mais dificuldade é no levantamento, no deslocamento em quadra e no bloqueio. Apesar de eu ser alta, o tempo de bloqueio é totalmente diferente, e eu estou tendo que me acostumar”.
Animada com a nova experiência, Raquel acredita que, mesmo com todas as dificuldades, tem evoluído rapidamente nas areias. “Até que estou indo rápido demais, as pessoas me falam isso. Estou tendo um suporte muito grande da minha parceira, que está me ajudando e me ensinando muita coisa, e de toda a comissão técnica”, disse. Ainda assim, os planos na praia não são imediatos. “Eu penso em Olimpíada sim, e meu foco é 2016 (Jogos do Rio de Janeiro). Algumas pessoas arriscam que a gente pode até antecipar para 2012, mas eu não sei, nosso objetivo mesmo é o Rio”.
A eliminação de Raquel/Ágatha foi a única entre as brasileiras que participaram do quali feminino nesta terça. Luiza Amélia e Izabel tiveram de disputar três partidas, mas venceram todas: 2 sets a 0 contra a dupla búlgara Eva/Eva (21-11 e 21-8), 2 a 1 contra as espanholas Liliana e Baquerizo (21-14, 19-21 e 15-10) e novamente 2 a 1 sobre as eslovenas Erika e Simona Fabjan (21-15, 19-21 e 15-7).
Quem também passou de fase foi a jovem dupla formada por Luana/Lili. No primeiro jogo do dia, a dupla despachou as norueguesas Aas e Bjorkesett com 2 sets a 0, parciais de 21-12 e 21-16. Mais tarde, as vítimas da vez foram as irmãs Nystrom, vencidas também em dois sets com 21-14 e 21-11.
Depois de formar uma verdadeira parede contra as gêmeas finlandesas, Lili revelou que ela e Luana pouco sabiam sobre o time europeu, já que estão fazendo apenas sua segunda etapa de Circuito (no ano passado, caíram na primeira rodada da chave principal também em Brasília). “A gente não conhecia essa dupla muito bem, então, enquanto jogávamos a primeira partida, pedimos que gravassem o jogo delas. Aí assistimos depois e conseguimos traçar algumas estratégias”, contou a capixaba.
Dispostas a rodarem todo o Circuito desta vez, as atletas capixabas já sabem o que esperar do campeonato. “A gente não conhece quase nenhuma dupla, então teremos que fazer o nosso jogo, sem muita estratégia. O Circuito Mundial é muito diferente do Nacional, a estrutura é bem maior, e as jogadoras são mais altas e fortes, é pancadaria o tempo todo. Então a gente tem que se acostumar a isso”, declarou Lili. “A gente está bem mais preparada do que no ano passado, e vamos jogar do mesmo jeito contra duplas mais fortes ou menos fortes”, completou Luana.
A chave principal feminina em Brasília começa nesta quarta-feira, às 9h. Além de Luiza/Izabel e Luana/Lili, o Brasil tem outras quatro duplas participantes: Juliana/Larissa, Talita/Maria Elisa, Ângela/Val e Maria Clara/Carolina. Vivian e Bárbara Seixas, que tinham convite da organização, acabaram desistindo de competir na capital federal.
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