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Jogadores posam na cerimônia de premiação no Circuito Mundial, em Brasília (DF)

25/04/2010 - 10h54

Campeões olímpicos desencantam, levam ouro em Brasília e estragam festa local

Paula Almeida
Em Brasília (DF)

Após um ouro e um bronze na chave feminina e outro bronze já assegurado no torneio masculino, o Brasil só esperava uma vitória de Alison e Emanuel neste domingo na disputa pelo ouro contra os norte-americanos Rogers e Dalhausser para ter uma festa praticamente perfeita na etapa de Brasília do Circuito Mundial de vôlei de praia. Esqueceu-se, porém, de avisar os campeões olímpicos. Com uma atuação irretocável, a dupla dos Estados Unidos bateu o time brasileiro por 2 sets a o nesta manhã (21-16 e 21-12) e ficou com a medalha de ouro do primeiro evento da temporada internacional.

O ouro conquistado neste domingo foi o melhor resultado já obtido pela dupla americana em solo brasileiro. Jogando com Dalhausser, Rogers foi bronze em Fortaleza-2007, quarto colocado em Brasília-2009 e apenas 13º em Vitória-2006. Rogers ainda jogou outras seis vezes no país (cinco com Sean Scott e uma com Dax Holdren), mas não havia passado de um nono lugar.

De quebra, Rogers e Dalhausser findaram um longo jejum de títulos americanos em chaves masculinas no Brasil. A última conquista foi em 1996, com Dodd/Whitmarsh em Fortaleza. Já a última vez que uma dupla estrangeira ficou com o troféu em solo tupiniquim foi em 2006, quando os alemães Brink e Dieckmann levaram a melhor em Vitória.

Após a partida, os americanos reconheceram que foi uma vitória atípica, com uma facilidade inesperada. “Nós jogamos muito, mas eu tenho certeza de que eles não fizeram o melhor que eles podem”, avaliou Phill Dalhausser. Todd Rogers concordou, mas lembrou que a dupla usou uma estratégia de sacar curto, o que dificultou a recepção e, consequentemente, o levantamento e o ataque dos brasileiros. “Eu esperava um jogo um pouco mais difícil, porque o Alison é um grande bloqueador, um dos melhores da atualidade, e Emanuel é o número 1 há muitos anos já”.

Pelo lado brasileiro, os jogadores também admitiram que tiveram uma atuação fraca. “A gente chegou a essa final em boas condições e com uma expectativa de jogar da melhor forma, mas não foi o que aconteceu. A cadência dos americanos durante o jogo foi o ponto forte deles”, analisou Emanuel. “Ainda temos muitos defeitos, mas a gente pode corrigi-los para os próximos torneios”.

Vice-campeão pelo segundo ano consecutivo (em 2009, jogando com Harley, perdeu para Emanuel e Ricardo), Alison lamentou ficar sem o ouro novamente. “Não tem um gosto ruim por ser outra prata, mas por ser no Brasil. A gente queria esse título no Brasil, eu esperava sair com a taça daqui, mas eles jogaram melhor do que a gente”, afirmou o capixaba. “Desculpe torcida, mas esse foi só o nosso quarto torneio juntos. Até 2012 [nos Jogos Olímpicos de Londres] são três anos de eventos ainda”.

Apesar do revés, Emanuel e Alison chegam a seu terceiro pódio em 2010 (foram campeões em uma etapa e vice em outra do Circuito Nacional) e reforçam cada vez mais o rótulo de uma das duplas mais fortes do Brasil após a intensa troca entre times neste início de temporada.

Ainda nesta manhã em Brasília, na disputa pelo bronze, Benjamin e Bruno Schmidt levaram a melhor no duelo local contra Thiago e Pedro Cunha e ficaram com um lugar no pódio.

A próxima etapa do Circuito Mundial será daqui a duas semanas, em Xangai, China. Ao todo, o campeonato 2010 terá 14 torneios masculinos.

O jogo

 

O primeiro set começou com os norte-americanos inspirados. Contando sobretudo com as grandes defesas de Rogers e sacando mais em Emanuel para fugir dos ataques pesados de Alison, o time dos Estados Unidos conseguiu abrir seis pontos de vantagem (8-2). Os brasileiros solicitaram tempo e voltaram melhor para a partida (8-4), aproveitando-se do grande incentivo da torcida, que lotou a arena montada na Esplanada dos Ministérios. Os americanos voltaram a abrir (14-5), mas mais uma vez os brasileiros, reagiram e fizeram uma grande sequência de pontos (18-15). Após um pedido de tempo, porém, Rogers e Dalhausser retomaram o ritmo e fecharam o set com 21-16.

Embalados pela boa reação no final do primeiro set, Emanuel e Alison abriram dois pontos no início da segunda parcial (2-0), mas os americanos não se entregaram e logo empataram (3-3), até virarem em uma condução de Alison (5-4). A partir daí, Rogers e Dalhausser mais uma vez cresceram na partida, abriram sete pontos de vantagem (14-7) e calaram a torcida, que, de tão apática, parou até de dançar no intervalo entre os pontos, momentos em que o DJ soltava músicas conhecidas e o animador da arena tentava levantar gritos patrióticos (‘Brasil, Brasil’, ‘Cadê o grito da torcida do Brasil?’, e por aí vai).

Apesar dos pedidos de tempo, Emanuel e Alison ficaram totalmente entregues na partida e viram Rogers crescer cada vez mais na defesa e Dalhausser chegar em quase todos os bloqueios. Assim, ficou fácil para os americanos, que, em ritmo de amistoso, fecharam o set com 21-12 e o jogo com 2 a 0, assegurando o ouro.

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