UOL Esporte Vôlei
 
26/04/2010 - 07h01

Campeão olímpico revela que família não o deixou abandonar o vôlei de praia

Paula Almeida
Em Brasília
  • Após pensar em encerrar a carreira, Rogers (e) segue com Dalhausser de olho em Londres-2012

    Após pensar em encerrar a carreira, Rogers (e) segue com Dalhausser de olho em Londres-2012

Ausentes do Circuito Mundial desde o Grand Slam de Klagenfurt, em meados de 2009, os norte-americanos Todd Rogers e Phill Dalhausser reapareceram na última semana com a conquista da etapa de Brasília da temporada 2010 do campeonato. O ouro coroou uma campanha comprida, na qual a dupla teve de disputar oito jogos em função de uma derrota ainda nas oitavas de final. Mas nem a ‘maratona’, com direito a sete vitórias por 2 sets a 0, cansou os campeões olímpicos, que mostraram que não estão tão longe da forma que os consagrou em Pequim-2008.

Agora, o foco da dupla dos Estados Unidos é a Olimpíada de Londres-2012. No ano passado, porém, os parceiros chegaram a cogitar a hipótese de interromper o time. Mais velho do que Dalhausser, de 30 anos, Rogers, de 36, não estava disposto a seguir com a agitada agenda de torneios e chegou a pensar na possibilidade de encerrar a carreira.

Em entrevista exclusiva ao UOL Esporte na última semana, antes da conquista do ouro na capital brasileira, Rogers revelou que estava cansado de rodar o mundo disputando competições e que queria ter uma ‘profissão normal’. Quem o demoveu da ideia, porém, foi a própria família.

Na conversa com a reportagem, o atleta contou ainda que pretende parar definitivamente após Londres-2012, disse como é difícil jogar no Brasil e fez apostas sobre os novos duplas brasileiros. “Ricardo e Márcio, especialmente, eu acho que formarão uma grande dupla”, palpitou o norte-americano.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista.

UOL Esporte: Você gosta de jogar no Brasil?
Todd Rogers: Gosto, mas nem sempre, porque jogar contra os brasileiros aqui é muito mais difícil (risos). E eles estão ficando cada vez mais fortes. O Brasil tem uns seis ou sete times muito bons, que podem vencer o torneio e deixam a chave ainda mais difícil. É a segunda vez que venho a Brasília, e é uma cidade diferente, com uma arquitetura bacana. Não tem praia, mas eu achei legal.

UOL Esporte: As duplas brasileiras sofreram muitas mudanças neste começo da temporada. Você acha que isso pode ajudar vocês e as duplas europeias?
Rogers: Acho que não, porque mesmo com as mudanças, continuam sendo times fortes. Ricardo e Márcio, especialmente, eu acho que formarão uma grande dupla. Harley e Pedro já jogaram juntos e foram bem, e Alison e Emanuel eu vejo que formaram um bom time. Acho que essas três duplas são as mais fortes, mas têm também as outras que acabaram de surgir, como Thiago/Pedro [Cunha], que formaram um time muito bom. Têm ainda Benjamin/Bruno [Schmidt] e o Fábio Luiz, que eu ainda não sei com quem vai jogar [o capixaba formará dupla com o jovem amazonense Bruno].

UOL Esporte: E entre os europeus, quem você destaca?
Rogers: Ah, sem dúvida os alemães [Brink e Reckerman]. Eles formam uma grande dupla, têm um jogo equilibrado, têm um saque muito bom, passam bem, recepcionam bem têm boas estratégias e são muito espertos, e isso é o mais importante, porque não adianta só dar porrada na bola.

UOL Esporte: No ano passado, você e Dalhausser pensaram em encerrar a dupla. Por que decidiram permanecer juntos?
Rogers: Bom, a ideia de separar era mais por causa da minha família. Tenho mulher e dois filhos e, como rodava o mundo no Circuito e ainda disputava o AVP, ficava muito tempo fora de casa. Meus filhos estão crescendo, um tem nove e o outro dez anos, eu já tinha conseguido muitas coisas no voleibol e chegou uma hora que eu pensei: ‘bom, não quero mais ficar fora de casa, quero ter um emprego normal’. Mas aí eles disseram que não, disseram para eu continuar. Meu filho não, ele disse que não queria mais que eu jogasse porque ele queria ser quarter-back de um time na NFL para poder ir a todos os jogos de futebol. Eu dei muita risada. Mas minha mulher e minha filha me apoiaram para seguir.

UOL Esporte: Você planeja disputar mais uma Olimpíada?
Rogers: Sim, essa é a ideia. Se nós continuarmos jogando bem, fizermos alguns torneios e nos mantivermos em boas condições, o objetivo é disputar os Jogos de Londres em 2012. Mas aí sim será minha última Olimpíada.

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