UOL Esporte Vôlei
 
01/05/2010 - 17h08

Lorena chora, admite superioridade da Cimed e vê futuro incerto

Paula Almeida
Em São Paulo
  • Maior pontuador da final deste domingo, o oposto Lorena foi também o alvo favorito da torcida da Cimed, que o provocou insistentemente com gritos como 'Uh, cadê, o Lorena sumiu' e 'Ah, uhu, o Lorena é nosso'. Apesar de ter errado muitos saques e ataques ao longo da partida, o atacante negou que tenha se sentido pressionado pelos torcedores adversários. Imagina, eu gosto quando pegam no meu pé, acho legal e tem que fazer isso mesmo, afirmou o oposto.

    Maior pontuador da final deste domingo, o oposto Lorena foi também o alvo favorito da torcida da Cimed, que o provocou insistentemente com gritos como 'Uh, cadê, o Lorena sumiu' e 'Ah, uhu, o Lorena é nosso'. Apesar de ter errado muitos saques e ataques ao longo da partida, o atacante negou que tenha se sentido pressionado pelos torcedores adversários. "Imagina, eu gosto quando pegam no meu pé, acho legal e tem que fazer isso mesmo", afirmou o oposto.

Encerrada a final da Superliga masculina de vôlei neste sábado, no ginásio do Ibirapuera, o oposto Lorena era um dos jogadores mais inconsoláveis diante da derrota de sua equipe, o Bonsucesso/Montes Claros, para a Cimed/Malwee. O atacante foi o maior pontuador do confronto com 15 acertos, mas não conseguiu evitar o revés do time mineiro.

“Naquela hora passou um filme na minha cabeça”, explicou Lorena sobre o choro compulsivo ao término da partida. “Lembrei de como foi quando cheguei no Montes Claros, tudo que eu tive que largar, chegar num projeto novo, trazer minha mulher da França pra cá. Naquela hora caiu a ficha”.

Aos 31 anos, mas com jeito tímido de um garoto do interior, o paulista se viu assediado por uma infinidade de jornalistas ao final do jogo. Enquanto ouvia as perguntas, andava para trás, um pouco assustado com tantos microfones.

Diante da imprensa, o oposto lamentou pela derrota, mas admitiu a superioridade do adversário na final. “A Cimed jogou melhor e mereceu a vitória. Final é final. Nós começamos bem, mas depois a gente se perdeu um pouco. Quando eles chegaram na frente, ficou difícil alcançar”, analisou Lorena. “Nós lutamos como sempre, mas enfrentamos uma equipe que já está acostumada a essas finais”.

O atacante ainda reconheceu que o choro teve um segundo motivo. Ele não sabe qual será o seu futuro e o dos companheiros de Montes Claros, que já começaram a receber ofertas de outros clubes.

“Eles vão ficar marcados pra sempre na minha vida. Tenho uma parte pequena de contribuição nesse grupo vencedor”, comentou Lorena, admitindo a possibilidade de retornar ao vôlei europeu, onde jogou por cinco anos. “Agora eu vou pra França visitar meus sogros, porque estou com saudade deles. Depois vou analisar tudo com calma. Ainda não sei o que vai acontecer”.

"Um milagre"

Embora não tenha chorado como Lorena, o técnico Talmo de Oliveira também ficou bastante emocionado após a partida. Não exatamente pela derrota, mas pela demonstração de carinho da torcida e pela força de vontade de sua equipe.

"Jogamos contra uma equipe muito consistente, muito focada e com um grande sistema defensivo. Mas fizemos uma campanha muito vencedora, estou feliz por tudo que esse time fez na temporada", declarou o treinador, campeão olímpico como jogador em Barcelona-1992. "Posso dizer que participar dessa final foi um grande milagre na minha vida neste ano".
 

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