UOL Esporte Vôlei
 
28/07/2010 - 13h01

De volta à seleção em alto estilo, Dante se vê rejuvenescido e já fala em 2016

Paula Almeida
Em São Paulo

 

MOMENTOS DE DANTE NA SELEÇÃO

Olimpíadas de 2000: Jogando de oposto, tinha apenas 18 anos, mas foi considerado um dos culpados pela queda nas quartas
Mundial de 2002: Conquistou seu primeiro grande título na seleção, sendo o jogador mais jovem do elenco brasileiro
Olimpíadas de 2004: Foi um dos principais jogadores na conquista do ouro, com o melhor ataque e uma das melhores recepções
Mundial de 2006: Faturou o 2º título mundial e, ainda vivenciando grande fase, foi o melhor atacante do torneio
2008: No pior ano da Era Bernardinho, ficou em 4º na Liga Mundial e amargou a prata nos Jogos de Pequim
Liga Mundial 2010: De volta à seleção após quase dois anos, foi um dos principais jogadores na conquista do eneacampeonato

A quantidade de cabelos brancos impressiona. Dante já não tem mais a aparência de menino de quando começou oficialmente a jogar pela seleção brasileira adulta de vôlei, em 1999. Mas hoje, aos 29 anos, o jogador, um dos veteranos da equipe, parece mostrar ainda mais vigor e disposição do que naquela época. Foi o que se viu na conquista da Liga Mundial no último domingo, o nono título verde-amarelo na competição.

 

Ausente das primeiras partidas da fase intercontinental por ter apresentado-se tardiamente à seleção (disputou as finais do Campeonato Russo até o mês de maio) e por enfrentar uma fissura na mão, o ponteiro voltou ao time nas partidas contra a Coreia do Sul, na terceira semana de junho, e não saiu mais.

“Quem entra tem que jogar”, brinca o goiano, cujos jogos na primeira fase da Liga foram os primeiros na seleção desde os Jogos Olímpicos de 2008. No ano passado, o ponteiro foi convocado a treinar com o grupo e participar da Liga Mundial e da Copa dos Campeões, mas pediu dispensa por não ter condições psicológicas de dar seu melhor em quadra, já que seu filho enfrentava um problema de saúde.

De volta ao time, Dante mostrou uma ótima forma física, foi fundamental nos últimos jogos da primeira fase da Liga e foi um dos grandes nomes da equipe nas finais, virando bolas no ataque e mostrando segurança no fundo de quadra.

Na opinião do ponteiro, a determinação foi a mesma de sempre, mas com toques de juventude. “Alegre eu sempre estou, porque a gente precisa disso para jogar vôlei, senão tem que parar. Mas com tantos meninos na seleção, mistura um pouco dessa juventude e mexe com a gente”, comentou Dante em entrevista ao UOL Esporte.

Ele reconhece, porém, que os anos de estrada o fizeram mudar em quadra. “Eu estou mais experiente, conheço mais a cabeça de seleção. E com o tempo você vai evoluindo, aprimorando seus golpes, a técnica”, explicou.

Mesclando experiência e disposição, Dante se diz preparado para o Mundial que começa no final de setembro, o terceiro de sua carreira, e traça até planos ousados para o futuro. Perguntado sobre se teria pique para chegar aos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, foi enfático: “Eu quero chegar a 2016”.

Caso consiga manter o alto nível até a Olimpíada do Rio de Janeiro, Dante disputará a competição com 35 anos, quase 36, e entrará para um rol mais do que seleto. Desde que o Brasil conquistou sua primeira medalha olímpica, com a prata masculina em Los Angeles-1984, apenas dois atletas estiveram nessa situação: o levantador Maurício, reserva na conquista do bicampeonato em Atenas-2004 com 36 anos, e a também levantadora Fofão, capitã da seleção feminina no ouro inédito em Pequim-2008 aos 38 anos de idade.

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