Natália (e) diz que disputa com oposta Sheilla (d) é mais difícil e opta por briga com estrelas na ponta
Oposta no clube e ponteira na seleção brasileira feminina de vôlei. Assim foi a vida de Natália em 2009. Agora, a jovem jogadora assume definitivamente o posto de curinga da equipe de José Roberto Guimarães. Embora demonstre preferência em atuar na saída de rede, a atleta de 21 anos descarta disputa com Sheilla e opta por congestionar ainda mais a briga na entrada de rede e brigar pela vaga com estrelas como Paula Pequeno, Jaqueline e Mari.
Na estreia do Brasil no Grand Prix contra Taiwan, em São Carlos (SP), Natália entrou ao longo da partida no lugar da oposta Sheilla. Mas durante o terceiro set, ela chegou a ir para a ponta enquanto Joycinha foi testada na saída de rede.
“É mais fácil jogar na saída, sem a obrigação do passe, claro. Mas em termos de briga por posição é complicado. Prefiro disputar na ponta porque é mais fácil, tem duas vagas. E na saída tem uma só e com a Sheilla, que é excepcional”, afirmou Natália ao UOL Esporte.
Os números corroboram a tese de Natália. Após o encerramento da segunda semana do Grand Prix, Sheilla é a melhor atacante do torneio, com 48,46% de aproveitamento. A oposta titular é a maior pontuadora brasileira, a oitava na classificação geral, com 80 pontos – 33 deles marcados na vitória por 3 a 1 sobre a Holanda neste fim de semana.
O fato de atuar nas duas funções já lhe rende vantagens. Com a versatilidade, Natália entrou em todos os jogos e marcou 42 pontos – 13 como titular contra República Dominicana e 21 na derrota por 3 a 1 para a Itália.
Embora tenha atuado mais como oposta, Natália revela que permanece treinando como ponteira. “Eu virei um curinga mesmo. Mas eu acho importante praticar recepção. É um fundamento que preciso aprimorar e amadurecer”, explicou.
No entanto, em uma eventual disputa na entrada de rede, a jogadora de apenas 21 anos concorre com as campeãs olímpicas Mari, Jaqueline, Paula Pequeno e Sassá – esta última não foi relacionada para as três partidas em São Carlos. Como oposta, Natália tem sido a substituta imediata de Sheilla e vence concorrência com Joycinha, que foi preterida por Zé Roberto e ficou de fora dos três confrontos em Macau, na China.
No ano passado, o técnico brasileiro explicou que utilizava Natália como ponteira para que a jovem jogadora não perdesse a qualidade no passe e porque esta será uma posição com carência no futuro.
“Nada mudou. O importante é dar condição a ela. Mesmo quando joga na saída, ela entra passando. Ela rende mais como oposta. Sei disso há muito tempo. Mas não posso tirar dela a função de passar. Depois, inevitavelmente, ela vai ter que jogar como ponteira. É claro que é mais fácil jogar solta, mas ela tem condição de fazer bem o fundamento”, analisou Zé Roberto.
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