UOL Esporte Vôlei
 
FIVB/Divulgação

Atual bicampeã, seleção brasileira vê favorecimento à Itália na disposição de grupos

16/09/2010 - 07h07

Brasil critica mudança no Mundial e insinua favorecimento à anfitriã Itália

Bruno Rousso e Roberta Nomura
No Rio de Janeiro e em São Paulo

A fórmula de disputa do Campeonato Mundial foi alterada pela FIVB (Federação Internacional de Voleibol). As novidades no regulamento não agradaram e foram alvos de críticas pela seleção brasileira masculina. Atual bicampeão, o Brasil foi ainda mais longe e insinuou até um favorecimento à anfitriã Itália.

COMPOSIÇÃO DOS GRUPOS DO MUNDIAL (ATUAL POSIÇÃO NO RANKING MUNDIAL)

GRUPO A
ITA (5ª)
JAP (12º)
EGI (14º)
IRÃ (18º)
GRUPO B
BRA (1º)
CUB (8º)
ESP (37º)
TUN (22º)
GRUPO C
RUS (2º)
PUR (17º)
AUS (31º)
CAM (21º)
GRUPO D
EUA (3º)
ARG (9º)
VEN (15º)
MEX (26º)
GRUPO E
BUL (7º)
CHN (10º)
FRA (12º)
TCH (36º)
GRUPO F
SER (4º)
POL (6º)
ALE (11º)
CAN (20º)

“Todo mundo quer atrapalhar o Brasil. Ninguém aguenta mais ver o Brasil no pódio, escutar o hino do Brasil. E esse regulamento favorece a vida da Itália. Se eles não vacilarem, chegam pelo menos à semifinal, pois têm pela frente uma chave bem mais fraca. Mas temos que fazer o nosso jogo e buscar as vitórias, independentemente de termos adversários muito fortes pela frente”, criticou Dante ao UOL Esporte.

O ponteiro se refere à composição das chaves. De acordo com a regra, as 11 melhores equipes do ranking mundial foram dispostas de forma alternada a partir da chave B. Anfitriã, a Itália é cabeça de chave do grupo A e ficou de fora da divisão. O restante foi definido por sorteio.

Na realidade, a Azzurra ‘herdou’ posto que seria do time verde-amarelo. Líder do ranking, o Brasil teoricamente teria vida mais fácil. No entanto, com a regra, a Itália assumiu este posto. O atual bicampeão compõe o grupo B ao lado de Cuba, Espanha e Tunísia. Os europeus duelam com Japão, Egito e Irã na primeira fase.

“Talvez esteja um pouco nítido que tenham feito isso para ajudar a Itália a chegar na semifinal. Eles vão cruzar com poucos times fortes e, se não fizerem besteira, vão à semi. Enquanto nós teremos um caminho muito mais complicado. Do outro lado vai estar todo mundo se matando. Mas isso pode ser bom, porque quem chegar à semifinal vai estar mais preparado”, afirmou o central Rodrigão antes do embarque para a Europa.

A seleção brasileira permanece por seis dias na Alemanha para período de aclimatação, treinamento e três amistosos contra os donos da casa. Em seguida, embarca para a Itália onde defende o título mundial de 25 de setembro a 10 de outubro. Na competição, terá que se adaptar a novo sistema de disputa, além da crítica ao chaveamento.

Em 2006, o regulamento determinava duas fases antes da semifinal e final. Campeão, o Brasil atuou em 11 partidas. Neste ano, são três fases antes das finais. Caso avance, o time pode atuar no máximo nove vezes. Mesmo assim, a alteração não agradou.

“Existe um motivo nessa mudança. Vai favorecer alguém, mas com certeza não será o Brasil. Não vejo motivo para mudar um regulamento que eu considerava mais justo. Mas fizeram isso com alguma intenção e agora também não temos mais nada a fazer, só jogar”, disse o técnico Bernardinho.

Atual bicampeão, o Brasil tenta igualar o feito da rival Itália, único país a conquistar três títulos mundiais consecutivos (1990, 1994 e 1998). A maior campeã da história do campeonato é a antiga União Soviética com seis títulos: 1949, 1952, 1960, 1962, 1978 e 1982.

Placar UOL no iPhone

Hospedagem: UOL Host