UOL Esporte Vôlei
 
20/11/2010 - 17h29

Ricardinho vê exageros e festeja estar fora de polêmica; rivais se entendem

Roberta Nomura
Em São Paulo

A expectativa para a partida decisiva do Campeonato Paulista masculino de vôlei foi além da definição do campeão. Após desentendimentos em Araçatuba, os olhares estavam voltados para dois campeões mundiais. Desta vez, Ricardinho não estava envolvido na polêmica e o levantador até festejou o fato de estar de fora. O experiente jogador reconheceu que as duas equipes passaram dos limites. E o episódio foi definitivamente encerrado neste sábado com abraço e conversa na rede entre Escadinha, líbero do Sesi-São Paulo, e Leandro Vissotto, oposto do Vôlei Futuro.

RICARDINHO COMANDA VÔLEI FUTURO
NA CONQUISTA DO TÍTULO PAULISTA

  • Divulgação

    O Vôlei Futuro ignorou as polêmicas do último jogo, a forte torcida do Sesi e os campeões mundiais Serginho, Murilo e Sidão. Com parciais de 25-17, 25-23 e 26-24, o time de Araçatuba venceu o terceiro jogo por 3 a 0 e é campeão paulista.

“A gente sabe que os dois exageraram. Ele, nervoso, falou coisa que não tinha nada a ver falar. Mas o importante é o sentimento. A gente joga junto e é parceiro. Eu respeito ele demais e sei que ele me respeita também. De sangue quente, às vezes, a gente fala o que não deve. Isso ficou para trás. Ele vai ser sempre um ídolo para mim. Ano que vem a gente vai brigar junto [na seleção brasileira] contra outros adversários”, afirmou Vissotto. Embora o oposto dê como certo o reencontro no time verde-amarelo, Escadinha ainda deixa em aberto seu retorno – o líbero não disputou o Mundial para se recuperar de cirurgia nas costas.

Companheiros de seleção, Vissotto e Escadinha se estranharam após a vitória do Vôlei Futuro na segunda partida da série melhor de três da final do Paulista. O líbero do Sesi se recusou a cumprimentar o oposto e a confusão começou. Um acusou ofensas do outro.

“Eu só contei o que tinha acontecido. Mas hoje eu entrei para jogar vôlei e o Vissotto também. Eu o respeito muito, como toda a equipe de Araçatuba. Dei os parabéns para ele, ele deu para mim também. Ele falou que a gente é irmão e me pediu desculpa. Mas acho que não precisava pedir não. É normal”, falou Escadinha. O reencontrou dos companheiros de seleção ocorreu neste sábado.

Em quadra, Leandro Vissotto levou a melhor. O Vôlei Futuro ignorou a forte torcida do Sesi e o poderoso elenco comandado por Giovane Gávio para vencer por 3 a 0 (25-17, 25-23 e 26-24), fechar a série melhor de três em 2 a 1 e conquistar o primeiro título paulista da história do clube.

“Foi maravilhoso. A gente veio realmente para uma batalha. As duas equipes perceberam que passaram um pouco do limite. Ainda bem que o Ricardinho estava de fora. Pela primeira vez, não tentaram colocar meu nome em alguma situação. Foi tudo um impulso que faz parte de uma decisão”, explicou o capitão do Vôlei Futuro.

Desde a traumática saída da seleção brasileira às vésperas dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro-2007, Ricardinho protagonizou seguidas polêmicas. Por várias vezes, de forma involuntária. Um dia após completar 35 anos, o experiente levantador revelou a conversa que teve com a equipe antes da final.

“Passou um pouco do limite sem dúvida nenhuma. Na preleção frisei que a gente tinha que entrar preocupado em jogar voleibol e não querer desrespeitar o adversário. Até porque tem jogadores do outro lado que, daqui a pouco, vão representar o nosso país. Mas as duas equipes estão de parabéns e o Vôlei Futuro mais ainda por tudo o que tem feito e pelo título”, disse Ricardinho.

Placar UOL no iPhone

Hospedagem: UOL Host