Após ser destaque no Mundial, Natália voltou ao Osasco, mas foi parada pelo bloqueio do Pinheiros
O Campeonato Paulista feminino de vôlei ficou parado por mais de 15 dias. O esforço foi feito para as equipes jogarem completas no mata-mata. Maior beneficiado por ter a volta de seis vice-campeãs mundiais com a seleção brasileira, o Sollys/Osasco frustrou. Sem jogar bem mesmo com as titulares, a equipe foi envolvida pelo Pinheiros/Mackenzie, que venceu por 3 a 0 (25-16, 25-23 e 26-24) e abriu 1 a 0 na série melhor de três da semifinal.
O Osasco jogou o Campeonato Paulista desfalcado das centrais Adenízia e Thaísa, das ponteiras Jaqueline e Sassá, da oposta Natália (que na equipe verde-amarela atua como ponteira), além da líbero Camila Brait. As jogadoras estavam com a seleção brasileira na preparação e disputa do Campeonato Mundial – o Brasil foi vice-campeão.
A equipe do Pinheiros manteve a base que garantiu a liderança na primeira fase do Paulista. Os únicos reforços que retornaram da seleção foram a levantadora Fabíola, que não atuou, e o técnico Paulo Coco. E com uma excelente postura tática e um desempenho destacado no bloqueio, o time da capital precisou de 25min para abrir 1 a 0.
O Osasco começou na frente. Mas em boa passagem pelo saque de Natália Martins, o Pinheiros logo assumiu o comando do placar (6-5). Embora não tenha feito nenhum ace, o saque foi fundamental para causar problemas na boa linha de passe rival e a equipe da capital paulista teve ótimo desempenho no bloqueio. Além dos cinco pontos diretos, conseguiu tocar em várias bolas e gerar o contra-ataque.
Ao contrário do Paulista, o Campeonato Carioca feminino não conta com grandes forças do vôlei nacional e ainda tem apenas quatro participantes. Diante deste cenário, a favorita Unilever não teve trabalho para chegar a final do torneio. Mesmo sem as vice-campeãs mundiais com a seleção brasileira, a equipe venceu o Universo por 3 a 0 (25-13, 25-14 e 25-22) e avançou.
A levantadora Dani Lins, a oposta Sheilla, a central Carol Gattaz e a líbero Fabi, além do técnico Bernardinho, reforçam a equipe na final contra o Macaé, às 21h (de Brasília) de quinta-feira. Para se ter uma ideia do amadorismo do torneio, vale lembrar que a Unilever venceu este mesmo Universo na 1ª fase por 25-6, 25-15 e 25-0.
O resultado do empenho tático, aliado a atuação abaixo do esperado do Osasco, foi a fácil vitória por 25-16 na primeira parcial. O Pinheiros abriu 3 a 0 logo no início do segundo set. E a exemplo do que fez no período anterior, o técnico Luizomar de Moura parou o jogo e tentou colocar sua equipe no jogo. Funcionou.
O Osasco equilibrou as forças e chegou até a assumir o comando da parcial: 12-10, em reação comandada por Jaqueline. A ponteira primeiro fez um ponto de bloqueio. Na sequência, aproveitou contra-ataque ao explorar o paredão rival. Foi, então, a vez de Paulo Coco parar o jogo. O Pinheiros entendeu o recado do técnico, empatou e logo virou (15-14).
Sem o mesmo desempenho anterior do bloqueio, a equipe da capital sofreu na parcial, mas conseguiu vencer por 25-23. O Osasco parecia ter entrado no jogo no terceiro set, conseguiu liderar o marcador na maior parte do tempo e abriu 19-11. Paulo Coco parou o jogo de novo. E novamente veio a reação.
O Osasco estagnou no 19, enquanto o Pinheiros pontuava em sequência. A parcial ficou empatada em 24-24. E o bloqueio do time da capital conseguiu o que muitas jogadoras não conseguiram no Mundial do Japão: parar Natália. Com paredão duplo na ponteira, as donas da casa fizeram 25-24. E em erro no ataque de Adenízia fecharam em 26-24.
“A gente sabia das dificuldades. Principalmente de adaptação, são seis jogadoras que estão chegando. A dificuldade vai existir, mas acho que faltou um pouquinho de pegada, entrar neste ritmo do Paulista. É um campeonato muito legal, aguerrido. E quem está vivenciando ele há mais tempo sabe disso. Talvez tenha feito a diferença hoje. Vou conversar com o time para entrar mais focado. Temos que melhorar”, analisou Luizomar de Moura.
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