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Pai e técnico, William compara pressão sofrida por filha Stephanfy a de Bruninho

10/12/2010 - 07h07

Vôlei Futuro assegura William, e técnico compara filha Stephany a Bruninho

Roberta Nomura
Em São Paulo

O técnico William entrou em quadra na terceira partida da final do Campeonato Paulista feminino ameaçado. Esse era o forte boato nos bastidores do voleibol nacional. O estrelado Vôlei Futuro foi mesmo derrotado pelo Pinheiros/Mackenzie por 3 a 0, mas o treinador permaneceu no cargo. A diretoria da equipe de Araçatuba rechaçou a prática corriqueira no futebol e bancou o ex-levantador no comando. Com o episódio finalizado, o vice-campeão olímpico expôs sua insatisfação e comparou sua filha Stephany ao levantador Bruninho, filho do técnico Bernardinho.

  • Vôlei Futuro/Divulgação

    William disse que escalou Stephany porque Sykora (f), melhor líbero do Mundial, pediu para ficar de fora

O boato teve início após a primeira partida da final do Paulista. Apático, o Vôlei Futuro foi facilmente batido pelo Pinheiros também por 3 a 0. Na ocasião, William optou por escalar a levantadora Ana Cristina e a líbero Stephany como titulares e deixou as norte-americanas Glass e Stacy Sykora (eleita melhor líbero do Mundial) no banco. Ainda nas dependências do clube paulistano, o treinador foi cobrado pela diretoria.

“Não foi uma discussão ríspida. Foi uma cobrança em relação ao comportamento das meninas em quadra. Não teve nenhum desrespeito e não foi por escalação de jogadoras. Isso quem define é a comissão técnica”, afirmou a diretora do Vôlei Futuro, Marcela Constantino, ao UOL Esporte.

O técnico William deu a mesma explicação e ainda justificou a ausência dos reforços de peso na primeira partida da decisão. “Elas estranharam muito a bola e falaram que não estavam prontas para jogar. E eu disse para ficarem tranquilas porque não tínhamos nem a intenção de colocá-las no Campeonato Paulista. Queria jogar com o time que a gente vinha jogando. Mas se você não coloca, vão para cima da Ana Cristina, da Stephany, que tinha a melhor linha de passe do Paulista. Caíram em cima das duas e foi muito difícil recuperar a cabeça dessas meninas”, lamentou.

Sempre atencioso, William atendeu à imprensa após a perda do título e falou com naturalidade sobre a suposta ameaça no cargo. Mas não escondeu a insatisfação. “Me entristece muito. São pessoas que querem insinuar coisas jogando no Twitter, no Facebook e não sabem que estão mexendo com seres humanos. Querendo dar em mim, que estou aí no vôlei há 40 anos, tudo bem. Mas querer dar nas meninas é complicado”.

O Vôlei Futuro empatou a série melhor de três com triunfo em casa. No duelo decisivo, Ana Cristina entrou bem ao longo da partida no lugar da titular Glass. Stephany ficou no banco. Mas o estrelado time de Paula Pequeno, Fabiana, Joycinha e das norte-americanas amargou o vice. “Não existe cobrança em cima de resultado. Não é do nosso perfil. Nunca demitimos ninguém assim. E a gente nunca tinha chegado em uma final do Estadual”, rebateu Marcela.

Com a repercussão da escalação de Stephany na vaga da melhor líbero do mundo, William comparou a situação com a vivida na seleção brasileira masculina. “É um peso para ela. Aconteceu isso com o Bernardo e acontece toda hora com o Bruninho. Esta é a nossa cultura, de ficar falando sempre sobre isso. E me entristece por ela”, desabafou o levantador titular da geração de prata dos Jogos Olímpicos de Los Angeles-1984.

Mesmo com a perda do título, William teve o respaldo da torcida do Vôlei Futuro. O técnico foi muito aplaudido na saída para o vestiário. E a diretoria da equipe de Araçatuba banca a permanência do comandante. “Isto [boatos] não tem nada a ver. Te dou 100% de certeza de que ele continua”, assegurou Marcela Constantino.

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