Topo

Bruninho rebate Ricardinho e se diz chateado com insinuação de nepotismo

Do UOL Esporte

Em São Paulo

19/12/2010 11h08

Em entrevista ao UOL Esporte, em novembro, Ricardinho falou sobre a relação com Bernardinho e não descartou nepotismo no episódio de seu corte da seleção de vôlei. Neste domingo, Bruninho rebateu o levantador do Vôlei Futuro. Em entrevista ao jornal O Globo, o atual titular do Brasil se disse chateado com a insinuação.

“Me chateou. Ele sabe o que aconteceu. Tem de ser homem para assumir o erro. Quem nunca errou? Ele sempre se acha injustiçado. Será?”, disse Bruninho.

O episódio em questão é de 2007. Às vésperas dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, Ricardinho, até então titular e capitão do time, foi cortado. Até hoje a história ainda não foi contada. Bernardinho e os líderes do grupo da época desconversam, e Ricardinho diz desconhecer o motivo da decisão, que não partiu dele.

Com o corte, Bruninho foi convocado para ser reserva de Marcelinho, que seguiu como titular até os Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim. Em entrevista ao UOL, Ricardinho disse que “não conhece mais” Bernardinho. Questionado se o nepotismo poderia explicar seu corte, o levantador não afirmou nem descartou a hipótese.

“Não sei, é difícil falar sobre isso. Acho que fica uma situação mais difícil para eles. Mas eu não sei se teve isso, se tem isso. Na época eu fiquei tão chateado que nem pensei muito nisso. Hoje eu escuto. Pode ser, eu não sei o que passa pela cabeça do Bernardo. É meio estranho não é? Com pai e filho, o problema acho que é muito grande para eles”, disse Ricardinho.

Bruninho rebateu a insinuação, e foi mais longe. “Eu o admirava como pessoa. E nesse caso ele me expôs também. Se tem mágoa do meu pai, eu não tenho nada a ver com isso. No Pan, meu pai poderia ter cortado o Marcelinho, não ele, para me dar a vaga. Causaria menos impacto, não?”, disse o levantador.

O atual titular da seleção também foi protagonista de outra polêmica neste ano. No Mundial masculino na Itália, Bruninho, com febre, foi poupado do último jogo da segunda fase, contra a Bulgária. Sem um levantador reserva (Marlon estava doente), Bernardinho usou Théo, oposto, na função.

O Brasil perdeu por 3 a 0 e foi acusado pela torcida e pela imprensa italiana de ter entregado o jogo. A derrota deu a Bernardinho e companhia uma chave mais fácil na terceira fase.

“Mesmo se os titulares jogassem com toda a gana do mundo, não ganharíamos porque não tínhamos levantador. Entramos com poucas condições de ganhar. Não havia motivação para ganhar, mas não falamos para perder”, disse Bruninho, que comparou a atitude da seleção com a de Ayrton Senna, que ganhou o Mundial de Fórmula 1 em 1990 após chocar-se contra Alain Prost na corrida derradeira.

“Vi o filme do Senna. Sou fã dele. E te pergunto. Ele bateu no Prost na corrida que definiria o título. Ficou manchado? Eu faria o mesmo. Senna jogou com o regulamento, como a gente”, completou.