Atleta da Superliga revela ter sido alvo de ofensa racial no Paraná

O jogo entre Londrina e São Bernardo – que terminou com o placar de 3 sets a 0 para o time paranaense – ficou marcado para o meio de rede Deivid, de 22 anos. Na partida pela Superliga, realizada no último sábado, no ginásio Moringão, o atleta do time paulista foi alvo de insultos raciais proferidos pela torcida local, que o chamou de “macaco”.

Das arquibancadas, um pequeno grupo de torcedores do Londrina começou a ofender Deivid a partir do terceiro set. Diversos companheiros de equipe revelam que as ofensas eram direcionadas ao jogador, que estava na área de aquecimento junto aos outros reservas do São Bernardo.

Em declarações ao jornal Folha de S. Paulo, Deivid lamenta o episódio e revela detalhes dos insultos. “Nos dois primeiros sets, o pessoal nos xingava, e nós até dávamos risada. Com isso, a gente está acostumado, mas quando me chamaram de macaco no terceiro set, passaram do limite”, explicou.

Após a suposta ofensa, o meio de rede e outros jogadores começaram a discutir com a torcida paranaense. Os torcedores eram adolescentes, segundo os relatos. O jogo foi paralisado, e seguranças do ginásio retiraram o grupo da arquibancada. Depois da chegada de um advogado, no entanto, eles foram liberados.

O supervisor do São Bernardo, Rubens Rizzo, registrou boletim de ocorrência em uma delegacia de Londrina. “Se tivesse uma força policial efetiva no ginásio, teríamos conseguido identificar os torcedores”, disse o técnico do São Bernardo, Roberley Leonaldo, o Rubinho.

O delegado da partida, Olegário Júnior, afirma não ter ouvido as ofensas, mas registrou o caso em relatório enviado à CBV (Confederação Brasileira de Vôlei). A entidade destaca que espera a chegada do documento para tomar as medidas cabíveis.