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Giovane assume erros da geração de 1992 e vê estrutura do vôlei sucateada

Giovane, ex-jogador da seleção brasileira e atual técnico do Sesi, criticou a estrutura sucateada do vôlei brasileiro e admitiu que o assédio após o ouro em Barcelona-92 atrapalhou a equipe em Atlanta-96 - Flávio Florido/Folhapress
Giovane, ex-jogador da seleção brasileira e atual técnico do Sesi, criticou a estrutura sucateada do vôlei brasileiro e admitiu que o assédio após o ouro em Barcelona-92 atrapalhou a equipe em Atlanta-96 Imagem: Flávio Florido/Folhapress

Do UOL Esporte

Em São Paulo

27/02/2011 11h18

Atual técnico do SESI, Giovane afirmou em entrevista que a geração de ouro em Barcelona-92 cometeu alguns erros que evitaram o sucesso em Atlanta-96. O ex-jogador, que admitiu sonhar em um dia comandar a seleção brasileira, também criticou a estrutura do vôlei no Brasil, em especial a qualidade dos ginásios da Superliga.

“Tecnicamente, a Superliga evoluiu bastante. Mas nós temos uma estrutura sucateada, nossos ginásios são muito distantes do ideal”, afirmou o técnico do Sesi, equipe de São Paulo, argumentando que as equipes direcionam seus investimentos em atletas e comissão técnica. “Por isso, na maioria dos casos, as equipes usam a estrutura da prefeitura, e nós sabemos as dificuldades do poder público”, disse neste domingo ao jornal Lance!.

O ex-jogador, entretanto, destacou a evolução técnica da competição nacional nos últimos dez anos e se mostrou a favor da final em jogo único, uma decisão ainda discutida dentro da modalidade.

Analisando a diferença do vôlei brasileiro hoje e quando conquistou a medalha de ouro em Barcelona-92, Giovane destacou a postura dos atletas em relação à fama e o assedio. “Nossa vida mudou de uma forma drástica. Quando voltamos de Barcelona nos tornamos ídolos e que eram assediados em qualquer lugar”, afirmou o ex-jogador. “Lógico que nós nos perdemos. Seria melhor aprender com o certo, mas foi no erro. Faz parte do crescimento”.

Para Giovane, este assédio que prejudicou o sucesso da equipe em Atlanta-96 deve ser uma preocupação para os Jogos do Rio-2016. “Como vão se comportar os atletas brasileiros? O peso é muito maior. Os dirigentes devem estar preocupados com isso, certamente estão”.

Treinador do atual líder da Superliga masculina, Giovane não esconde o sonho de um dia dirigir a seleção brasileira e tem investido na carreira de treinador, cursando faculdade, cursos e acompanhando competições e seleções nacionais. “Seria hipócrita em dizer que não [quero ser técnico da seleção], mas, para mim, ser campeão brasileiro seria tudo. Sempre sonho com a Seleção porque sou um sonhador”, disse.