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Michael assume que é homossexual mas diz que "não é importante"

<strong>JUIZ NÃO RELATA HOMOFOBIA; CBV ESPERA</strong><p>A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) recebeu o relatório encaminhado pelo Vôlei Futuro, que acusa a torcida do Sada/Cruzeiro de homofobia contra um de seus jogadores. A entidade, porém, afirmou que o árbitro e o delegado da partida não relataram qualquer tipo de irregularidade. Com isso, a entidade agora aguarda a decisão do STJD sobre o caso. - Divulgação/Vôlei Futuro
<strong>JUIZ NÃO RELATA HOMOFOBIA; CBV ESPERA</strong><p>A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) recebeu o relatório encaminhado pelo Vôlei Futuro, que acusa a torcida do Sada/Cruzeiro de homofobia contra um de seus jogadores. A entidade, porém, afirmou que o árbitro e o delegado da partida não relataram qualquer tipo de irregularidade. Com isso, a entidade agora aguarda a decisão do STJD sobre o caso. Imagem: Divulgação/Vôlei Futuro

Bruno Doro

Em São Paulo

05/04/2011 12h59

Toda a polêmica que envolveu a partida entre Vôlei Futuro e Cruzeiro, na última sexta-feira, em Contagem, Minas Gerais, fez o meio de rede Michael assumir que é homossexual. O jogador, no entanto, fez questão de afirmar que sua orientação sexual não é relevante para o caso. "Eu prefiro não falar sobre isso. Não acho que [minha orientação sexual] seja importante. Quem me vê dentro de quadra e me conhece sabe o que sou. Mas foi uma agressão", disse o jogador.

Pouco depois de falar com o UOL Esporte, Michael foi ainda mais direto em outra entrevista: "Sou gay, mas isso não precisa ser comentado. Todo mundo aqui sabe",  falou ao site Globoesporte.com.

Com o Ginásio do Riacho lotado com 2200 pessoas, o jogador foi o grande alvo da torcida do Cruzeiro. Ele alega ter sido chamado de "gay" e "bicha" sempre que tocava na bola e se aproximava das arquibancadas. Pela televisão, a reportagem ouviu gritos de "veado" a cada vez que o central se preparava para sacar. Apesar da revolta com o que aconteceu, o jogador não deve tomar medidas legais contra o adversário.

A empresa que cuida de sua carreira enviou para a imprensa um comunicado repudiando os atos dos torcedores, mas afirmando que só alertou "as Secretarias de Segurança Pública, os Batalhões do Corpo de Bombeiros, a Confederação Brasileira de Voleibol e as respectivas Procuradoria de Justiça Estaduais, das localidades em pauta, para a observância e preservação da integridade física e moral dos envolvidos".

Para o jogador, a maior preocupação é o aumento do número de ações que mostram intolerância dos torcedores. "O que nós precisamos fazer é acabar com essa tendência. Se hoje é um ato de homofobia, amanhã é de racismo. E isso já aconteceu nessa Superliga, quando chamaram um atleta de macaco", lembrou o jogador. O episódio aconteceu em fevereiro, na partida entre Londrina e São Bernardo.

"Em estádios de futebol pode ser comum, mas acho que não é uma situação normal. Não deveria acontecer nada assim. O que eu sinto é que atos de homofobia e preconceito vem crescendo. Você pode torcer, independente da cor da pele ou da opção sexual", completa.

A segunda partida dos playoffs semifinais da Superliga está marcada para o próximo sábado, às 10h, em Araçatuba, no interior de São Paulo. Se o Cruzeiro vencer, está na decisão. Se o Vôlei Futuro empatar a série, o finalista será definido no dia 15, novamente em Minas Gerais. Na outra semi, Sesi e Minas empatam em 1 a 1.

 

EM QUADRA: CRUZEIRO ABRE 1x0 NA SEMI

Com a bola no ar, Cruzeiro e Vôlei Futuro abriram a semifinal em melhor de três partidas com uma partida digna de playoff. O time mineiro venceu por 3 sets a 2, com parciais de 25-20, 25-22, 23-25, 23-25 e 15-9. Com este resultado, o Cruzeiro abriu vantagem para a segunda partida, neste sábado às 10h (de Brasília), em Araçatuba. Se necessária a realização de uma terceira partida, o Cruzeiro será o mandante, em Contagem mais uma vez. Leia mais