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Sesi critica polêmica sobre homofobia e vê vôlei em segundo plano na semifinal

Murilo lamentou que polêmica sobre homofobia tenha roubado atenções na Superliga - Alexandre Arruda/CBV
Murilo lamentou que polêmica sobre homofobia tenha roubado atenções na Superliga Imagem: Alexandre Arruda/CBV

Daniel Neves

Em São Paulo

15/04/2011 07h01

Esperando a definição de seu adversário na decisão da Superliga masculina, o Sesi-SP se mostrou descontente com a polêmica que envolveu a outra semifinal da competição, entre Sada/Cruzeiro e Vôlei Futuro. Dirigente e jogadores do time da Capital paulista criticaram a discussão sobre homofobia e lamentaram que o vôlei tenha sido ‘esquecido’ diante da confusão.

   ESCADINHA ACEITA VOLTAR À SELEÇÃO

  • Divulgação/CBV

    A aposentadoria de Escadinha na seleção brasileira está adiada. Em jantar com o técnico Bernardinho, o líbero foi convencido a vestir novamente a camisa verde-amarela durante a disputa da Liga Mundial. O jogador, porém, só aceitou voltar à equipe nacional ao acertar um acordo com o treinador para ter sua carga de treinamentos diminuída.

    “O Bernardinho me ligou e marcamos de jantar aqui em São Paulo. Foi legal, porque ele, mesmo sendo ‘pão duro’, pagou tudo”, brincou Escadinha. “Aceitei voltar porque ele concordou que eu fizesse uma carga menor de treinamentos do que geralmente fazia na seleção. Leia mais

“Foi dispensável tudo o que aconteceu. O vôlei ficou em segundo plano, pois só se falou nesta polêmica durante as últimas duas semanas”, disse José Montanaro Junior, gestor do Sesi-SP. “Claro que a torcida está errada por ter xingado o Michael, mas a coisa ganhou uma proporção muito grande e criaram todo um clima em cima disto no último jogo”.

"Infelizmente é uma cultura da torcida brasileira. Qualquer estádio ou ginásio que você for ouvirá algum xingamento parecido. Se for levar isto em consideração, terá que punir todo mundo", completou Montanaro.

A semifinal entre Sada/Cruzeiro e Vôlei Futuro acabou ofuscada por uma polêmica sobre homofobia. O central Michael, do time de Araçatuba, foi xingado de ‘bicha’ pela torcida mineira todas as vezes em que pegou na bola durante jogo realizado em Contagem-MG e acusou os torcedores rivais de preconceito.

O assunto rendeu uma troca de farpas entre os dirigentes das duas equipes e provocou uma ‘resposta’ da equipe paulista no segundo jogo, em Araçatuba. Jogadores do Vôlei Futuro utilizaram camisetas rosa no aquecimento e o líbero Mário Júnior utilizou uma camisa com as cores do arco-íris e com uma mensagem contra o preconceito.

“É uma pena que esta polêmica tenha roubado as atenções. Nós sabemos como é difícil para o vôlei ganhar um espaço na mídia”, lamentou o ponteiro Murilo. “Não sei se o Michael se sentiu à vontade com tudo isto. Mas temos que focar apenas na final e não podemos ficar pensando nestas polêmicas da outra semifinal”.

O Sesi-SP se prepara para a decisão da Superliga masculina desde o último dia 8, quando eliminou o Minas na semifinal. Apesar da melhor campanha na fase classificatória, o time paulista corre o risco de jogar ‘fora de casa’, caso o Sada/Cruzeiro se classifique diante do Vôlei Futuro. Isto porque a final será disputada em Belo Horizonte, em jogo único, independentemente dos finalistas, para que possa ser transmitido pela TV aberta.

“Talvez não seja o mais justo, mas está no regulamento e é algo necessário para que o vôlei tenha exposição na TV aberta”, comentou Murilo. “Talvez o Cruzeiro se sinta mais em casa caso passe para a final, mas não podemos escolher adversário. São duas grandes equipes e será complicado enfrentar qualquer uma que se classifique”.