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Presidente da CBV elogia 'manobra' da Unilever para ter Fernanda Venturini

Fernanda Venturini retorna após quatro anos de aposentadoria e reforça a Unilever - Jorge Grisi/adorofoto/Divulgação
Fernanda Venturini retorna após quatro anos de aposentadoria e reforça a Unilever Imagem: Jorge Grisi/adorofoto/Divulgação

Guilherme Coimbra e Roberta Nomura

No Rio de Janeiro e em São Paulo

19/05/2011 14h52

Atual campeã da Superliga feminina de vôlei, a Unilever conseguiu manter a base vencedora e ainda anunciou um badalado reforço: a jovem Natália. A partir de então, o clube passou a conviver com um problema burocrático para a montagem do restante do time. Sem Dani Lins, o técnico Bernardinho precisava de uma levantadora sem pontuação em ranking estabelecido pela CBV (Confederação Brasileira de Voleibol) para cumprir o regulamento. E conseguiu. Fernanda Venturini encerrou pela terceira vez a aposentadoria e ocupará a posição. A ‘manobra’ foi elogiada pelo presidente da entidade, Ary Graça.

TRIO ESTRELADO DEIXA UNILEVER PERTO DE PONTUAÇÃO-LIMITE DE 32 PONTOS

  • Divulgação

    A dupla campeã olímpica Mari (d) e Sheilla (c) chegou na temporada passada. E ajudou na conquista do sétimo título da Unilever na Superliga. Agora, a equipe contratou a também selecionável Natália (e). Só com as três estrelas, a equipe carioca já soma 21 pontos (cada uma tem valor sete) e restam apenas 11 pontos para todas as outras jogadoras do elenco.

    Fundamental na conquista do atual título da Superliga, Juciely é outra peça que chegou na temporada passada e segue com valor quatro. A líbero Fabi está na Unilever desde 2005, ano em que chegou com a pontuação cinco. A central Valeskinha favorece os cálculos por ter sido repatriada e seguir com 0 pontos. Mesmo assim, o time já soma 30 pontos. As principais opções para a posição de levantadora seriam Carol Albuquerque (6), Fabíola (6) e Ana Tiemi (4). Mas em todos os casos a Unilever excederia a pontuação máxima permitida. Outra solução seria repatriar Fofão. A campeã olímpica vale 7, mas como está na Turquia, voltaria com a pontuação zerada. Mas o retorno de Fernanda Venturini também resolveu o problema do técnico Bernardinho.

Na temporada 1992/1993, a CBV criou um ranking oficial que enquadra atletas em uma determinada pontuação para dar mais equilíbrio à Superliga. O regulamento estabelece que as equipes somem no máximo 32 pontos e no mínimo sete na inscrição de seus jogadores. Há limite também na quantidade de estrelas com a pontuação máxima (7 pontos): na disputa feminina, são permitidas três, e na masculina, apenas dois.

À procura de uma levantadora após a saída de Dani Lins, a Unilever já estava próxima ao limite de 32 pontos com suas jogadoras. A solução encontrada foi inscrever Fernanda Venturini. Aposentada desde 2007, a esposa do técnico Bernardinho ainda aparecia com cinco pontos no ranking divulgado pela CBV em 6 de abril, válido para a temporada 2011/2012.

No entanto, Fernanda Venturini entrou na regra de atletas repatriados e ficou com a pontuação zerada. Para incentivar o retorno das estrelas ao Brasil, a CBV instituiu há alguns anos que os jogadores vindos do exterior voltam ao país com 0 pontos. Em maio de 2007, a levantadora realizou sua última partida como profissional com a camisa do Murcia, da Espanha.

“Primeiro, há um regulamento. O regulamento está aí para ser cumprido. Agora, se alguém teve a competência para, usando o regulamento, trazer de volta a Fernanda, parabéns”, disse o presidente Ary Graça em entrevista para o UOL Esporte. “Realmente o regulamento está claro. Ela está parada há dois anos e voltou da Espanha. Faz parte. Parabéns a quem teve a competência de ver isso”, elogiou o dirigente.

Na verdade, Fernanda Venturini chegou a ser inscrita pelo extinto Rexona (atual Unilever) para a fase final da Superliga 2008/2009. Ela não chegou a atuar e constava na lista do time apenas por “precaução”, segundo afirmou o clube na época. Mas a CBV explicou que, como a levantadora foi repatriada pelo então Rexona e não mudou de time, ela segue com a pontuação zerada.

Com a questão do ranking esclarecida, o presidente Ary Graça fez questão de enaltecer o retorno de Fernanda Venturini às quadras. “Pessoalmente, eu acho que uma menina de 40 anos não pode ser metida em polêmica por mais craque que ela seja. A volta dela vai jogar a Superliga para cima, é uma craque, uma das maiores jogadoras do mundo, e ela vai ser mais uma grande estrela para a Superliga. Eu acho que se aposentar com 40 é muito cedo, pois eu, com essa alturinha de anão, voltei a jogar com 42 anos, disputei o campeonato carioca e tirei o segundo lugar. Ela pode perfeitamente jogar muito bem”, opinou.