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Sesi apresenta time feminino e aposta em "receita caseira" para o sucesso

Aline Küller

Em São Paulo

30/05/2011 14h35

Depois do sucesso do time masculino, campeão da última edição da Superliga, o Sesi-SP anunciou nesta segunda-feira a sua equipe feminina, que nasce sem pressão por títulos, mas com o objetivo de acabar com a hegemonia entre Sollys/Osasco e Unilever, que fizeram as últimas sete finais da competição.

GRAVIDEZ "ATRAPALHOU" CONTRATAÇÃO DE JAQUELINE PELO SESI

Montanaro confirmou que Jaqueline fazia parte do planejamento inicial do Sesi. Porém, quando começaram as conversas a jogadora revelou que estava grávida e pediu que a notícia não fosse comentada.

Mesmo com a perda do bebê, Jaqueline não poderá ser contratada pela nova equipe devido ao ranking de pontos da Superliga, já que a ponteira tem pontuação de sete pontos e o Sesi já totaliza 31, sendo que o limite para cada equipe é de 32.

Após saber da notícia da perda do bebê, Montanaro contou que conversou com Murilo, jogador do clube, e colocou o time a disposição de Jaqueline para a sua recuperação.

O coordenador do Sesi disse que o jogador da seleção afirmou que ele e a mulher ainda estão pensando, que foi traumático, que estão em um momento de reflexão.

As principais armas da nova equipe vem justamente das rivais. Campeã da última edição com a Unilever, Dani Lins será a levantadora do time comandado por Talmo Curto de Oliveira, que comandou o time masculino do Montes Claros na última temporada.

O outro grande nome do elenco é a ponteira Sassá, que estava no Sollys/Osasco e ajudou na construção da hegemonia das rivais do Sesi na Superliga. A jogadora defendeu a equipe comandada por Bernardinho por oito anos e passou os últimos dois em Osasco.

A ponta Michele confia no potencial do time e disse que chegar à decisão da Superliga é um dos objetivos do time. “A equipe foi bem montada, com condições de brigar com as duas equipes (Unilever e Sollys/Osasco). Nenhuma dessas equipes são imbatíveis, como nós também não somos, acredito que podemos brigar de igual para igual. Vamos trabalhar para isso.

Na apresentação do projeto, Paulo Skaf, presidente do Sesi-SP e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), tirou a pressão por resultados e pediu empenho máximo das atletas. “Ganhar o campeonato é muito bom, mas eu espero que o time dê o máximo em quadra, faça o melhor possível. Eu tenho certeza que esse time que foi montado tem esse perfil”.

O time feminino segue a “receita caseira”, vitoriosa no masculino, apostando em talentos nacionais. José Montanaro Júnior, coordenador do vôlei da instituição, explicou a opção por não contratar jogadoras estrangeiras. “A nossa política interna é de valorizar os atletas brasileiros e a formação de novas atletas. Se você traz jogadores de fora, você bloqueia, diminui o número de vagas, e consequentemente, diminui o interesse do atleta de base em chegar ao time principal”.

A levantadora Dani Lins mostrou ânimo e confiança na nova empreitada. “Me sinto disposta, confiante. Esse ano eu quero treinar muito mais.  Disse ao Talmo que vou treinar manhã, tarde e noite para conseguir os resultados”.

O comando técnico também terá um campeão olímpico, Talmo de Oliveira, que assim como Giovane Gávio participou da vitoriosa campanha em Barcelona-1992. “É uma oportunidade de crescimento profissional. É um grande desafio também. Vou sempre tratar meus atletas com respeito, como ser humano, independente de ser no masculino ou no feminino”, revelou o treinador da equipe feminina do Sesi.