Brasileiras do vôlei de praia revelam tensão em Londres e elogiam evento-teste

A onda de violência em Londres tomou conta do noticiário desde o início dos protestos pela morte de Mark Duggan. E é com essas imagens que as brasileiras Lili e Taiana têm convivido nos últimos dias. Elas estão na cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2012 para evento-teste e revelam clima tenso na capital britânica. Os incidentes acabaram interferindo diretamente em suas rotinas porque houve mudança no cronograma da competição, mas as representantes verde-amarelas se veem em segurança e até descartam o carro para fazer percurso a pé nas ruas.

“Em relação aos acontecimentos, alguns grupos estão quebrando parte da cidade, saqueando tudo e jogando pedra em policial. O clima está tenso na cidade e só se fala nisso. Vemos vários carros de policia na rua”, contou Lili em entrevista ao UOL Esporte por email. Parceira de Ângela, ela fez justamente a primeira partida do evento-teste para a Olimpíada de Londres-2012 na derrota para as mexicanas Candelas e Garcia.

Diante da onda de violência na capital britânica, o cronograma de jogos foi alterado. A organização do evento-teste decidiu usar duas quadras ao invés de uma para realizar as 12 partidas previstas para esta terça-feira e encerrar o dia com três horas de antecedência. “A organização do evento achou melhor antecipar os jogos por motivos de segurança e aconselharam a não sair a noite. Não estou assustada, pois creio que o tumulto não chegará aqui, mas prefiro seguir as recomendações para me sentir mais segura”, contou Taiana, parceira de Vivian.

As brasileiras estão hospedadas em hotel próximo ao House Guards Parade, tradicional praça de cerimônias militares de Londres. “Fica a dez minutos andando. É bem perto. Tem carro para levar, mas prefiro ir a pé mesmo. A cidade é muito bonita”, revelou Lili. A compatriota Taiana também tem adotado a mesma prática. 

“Não sei quanto as outras atletas, mas falo por mim. Não estou assustada, isso já aconteceu em outros países que passamos. É uma pena que esteja acontecendo tudo isso. É muito triste. As imagens da violência aparecem o dia todo na TV. Mas estou aqui para jogar e apesar de tudo continuo focada no meu trabalho”, explicou Lili. A dupla brasileira volta à quadra às 10h35 (horário de Brasília) desta quarta-feira contra as norte-americanas Hochevar e Rutledge.

O Brasil também é representado por Taiana/Vivian no evento-teste, previsto para terminar no próximo dia 14. A dupla venceu a estreia nesta terça por 2 a 0 e busca a segunda vitória às 15h15 (horário de Brasília) desta quarta-feira contra Broder/Voth, do Canadá. E as representantes verde-amarelas aprovaram o local de competições da Olimpíada.

“A arena está muito bonita, mas ainda terá muitas mudanças até a Olimpíada. Eles estão se esforçando para que no ano que vem possam fazer com que o assunto seja somente a Olimpíada e, se Deus quiser e os homens também, não aparecerão vândalos na TV e sim atletas do mais alto nível dando o melhor de si”, concluiu Lili.

A onda de violência em Londres teve início no último sábado e deixou prédios e carros queimados e lojas saqueadas. A primeira morte relacionada aos distúrbios foi registrada nesta terça-feira. Os incidentes começaram em protestos pela morte de Mark Duggan, de 29 anos e que seria pai de quatro filhos e popular na comunidade em que vivia. As circunstâncias da morte ainda não foram esclarecidas.

*Atualizada às 20h17