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Derrotas na base do vôlei expõem safra sem fenômeno e pior fase desde 1987

Derrotas na base comprometem futuro da seleção? Técnicos asseguram que não - Divulgação/FIVB e Alexandre Arruda/CBV/Divulgação
Derrotas na base comprometem futuro da seleção? Técnicos asseguram que não Imagem: Divulgação/FIVB e Alexandre Arruda/CBV/Divulgação

Roberta Nomura

Em São Paulo

11/08/2011 15h30

As últimas cinco edições do Mundial juvenil sempre tiveram como trilha sonora final o hino nacional brasileiro. Há dez anos o time verde-amarelo subia ao lugar mais alto do pódio no feminino ou no masculino. Não foi o que aconteceu em 2011. O vice-campeonato entre as meninas e o quinto lugar dos garotos expõem uma safra sem fenômenos e o pior desempenho masculino desde 1987. Os resultados, no entanto, não assustam os treinadores da base.

O BRASIL NOS MUNDIAIS JUVENIS

ANOCOLOCAÇÃO
NO FEMININO
COLOCAÇÃO
NO MASCULINO
19774º lugar3º lugar
19816º lugar2º lugar
19854º lugar6º lugar
1987Campeão6º lugar
1989Campeão3º lugar
19912º lugar4º lugar
19937º lugarCampeão
19952º lugar2º lugar
19979º lugar2º lugar
19992º lugar3º lugar
2001CampeãoCampeão
2003Campeão2º lugar
2005Campeão2º lugar
2007CampeãoCampeão
20093º lugarCampeão
20112º lugar5º lugar

“Não preocupa em minha opinião. Estes meninos estão longe da seleção adulta ainda. Há um longo processo de amadurecimento e crescimento pela frente. Eles têm muito que aprender em seus clubes e ainda podem integrar a seleção de novos. Ao longo de todo esse processo, outros nomes surgirão. E os que estão na seleção hoje continuarão por um tempo também”, afirmou o técnico da equipe juvenil Leonardo Carvalho.

Pela segunda vez, o Brasil foi sede do Mundial juvenil masculino. E decepcionou como anfitrião. Os donos da casa ficaram fora das semifinais após derrota inesperada para a Índia e terminaram o torneio em quinto lugar – pior colocação desde 1987 e a segunda mais fraca da história (em 1985 e 1987 o Brasil ficou sexto - veja tabela ao lado).

“Certamente é algo que fica marcado. Eles são jogadores jovens. Em nós adultos todos os sentimentos já mexem bastante. Neles fica mais evidente. A derrota para a Índia foi por nossa própria incompetência. Foi um dia difícil e de muita tristeza porque eles se dedicaram bastante e sabíamos que podíamos ir um pouco mais longe”, lamentou Carvalho.

Disputado no Rio de Janeiro, o Mundial juvenil masculino começou em 1º de agosto e terminou na quarta-feira com o título da Rússia. “Foi uma competição difícil para nós. A gente foi muito irregular e erramos excessivamente. Um dos erros nos custou a semifinal. Mas esta foi a tônica do campeonato, que é curto e com muitos jogos e com jogadores jovens. A Rússia conseguiu manter um padrão um pouco mais elevado”, elogiou o técnico Leonardo Carvalho.

BLOG DO BRUNO VOLOCH

Mundial juvenil é um fracasso: Brasil prepara a festa, não participa, público não prestigia e Rússia comemora

Feminino
A seleção brasileira feminina juvenil não teve desempenho ruim. O time comandado por Luizomar de Moura foi vice-campeão mundial – segunda edição seguida que não conquista o título. “A geração já tinha conquistado o título em 2009 no infanto-juvenil. É uma geração que tinha totais condições de vencer a competição juvenil. Fizemos um grande campeonato, mas pecamos no jogo decisivo. Sem tirar mérito da Itália [campeã], claro, mas nós falhamos na final”, analisou o treinador.

Para Luizomar de Moura, a equipe brasileira não teve um grande destaque individual na competição. “Coletivamente este sempre foi um grupo equilibrado. Tem jogadoras que não são tão altas e algumas têm que continuar a sua busca para assumir espaço. Essa safra não é de futuro tão imediato como a última, que mandou Natália e Camila Brait direto para a seleção adulta”, explicou.

TÉCNICOS RECORREM A OUTROS NÚMEROS E ENALTECEM GERAÇÃO JUVENIL

FEMININOMASCULINO
Luizomar de Moura intercala períodos nas seleções femininas infanto-juvenil e juvenil desde 2003 e é um apaixonado pelo trabalho na base. Embora reconheça que o Brasil tinha condições de se sagrar campeão no Mundial, ele faz questão de enaltecer o trabalho das meninas "O balanço final é positivo. A equipe fez 55 partidas, com 54 vitórias. Fizemos um campeonato mundial bom, mas perdemos a final. Os outros times também trabalham para vencer", falou o técnico que soma dois títulos mundiais no infanto-juvenil, um no juvenil, um vice-campeonato no juvenil e um terceiro lugar no infanto."Este não é o lugar que gostaríamos de estar", falou o técnico Leonardo Carvalho. O quinto lugar no Mundial juvenil realizado no Rio de Janeiro não agradou, mas o treinador aponta evolução desta geração. "Eles vieram do 9º lugar no Mundial infanto, o pior resultado da história. E se recuperaram. Claro, que eles queriam chegar aqui e vencer para dar a volta por cima, mas mostraram superação e evolução. Não dá para dizer que o balanço é positivo, porque sabíamos que poderíamos ir mais longe", justificou o treinador que está no comando da seleção brasileira masculina juvenil. O Brasil sofreu derrota inesperada para a Índia e acabou fora das semifinais.

BRASILEIROS APONTADOS COMO POTENCIAIS PARA O FUTURO PELOS TÉCNICOS

Lucas Loh (ponteiro)
Ricardo (ponteiro)
Ana Beatriz (central)
Gabriela (ponteira)
Marjorie (central)
Samara (ponteira)