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Ex-estrela da posição, Fofão diz que substitutas precisarão de personalidade para se firmar

Fofão participa de jogo da seleção brasileira feminina de vôlei - Divulgação/FIVB
Fofão participa de jogo da seleção brasileira feminina de vôlei Imagem: Divulgação/FIVB

Luiz Paulo Montes

Em São Paulo

28/09/2011 07h01

A seleção feminina de vôlei estreia nesta quarta-feira, às 18h, pelo Sul-Americano. Desde quando Fofão deixou o time, após o ouro olímpico em Pequim-2008, o técnico José Roberto Guimarães passou a conviver com o problema de ter que substituir a experiente levantadora. Fabíola e Dani Lins se revezam como titular. Porém, nenhuma das duas até agora conseguiu se firmar na posição e alternam bons e maus momentos. Para Fofão, as duas sofrem por não terem uma levantadora experiente para  servir como referência.

FOFÃO CURTE 'NOVA VIDA' COMO DONA DE CASA E DESCARTA APOSENTADORIA

  • Aos 41 anos, Fofão curte uma "nova vida". Desde que deixou o Fenerbahce, a jogadora não acertou com nenhum clube até o momento e aproveita para, enfim, conseguir distrair-se em nova "profissão": dona de casa.

    Sem clube, ela não esconde a vontade de permanecer no Brasil na próxima temporada. No entanto, sabe que será complicado, já que os principais clubes já fecharam seus elencos.

"É uma posição difícil. Quando cheguei à seleção, eu tinha a Fernanda Venturini, que me ajudava muito. Quando a Dani e a Fabíola chegaram, não tinha uma jogadora da posição experiente para guiá-las. É difícil chegar e assumir. Elas têm que ter personalidade para conseguirem se firmar, se não vão ficar sempre com insegurança", afirmou Fofão, em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

A jogadora, no entanto, acredita que as jogadoras mais experientes do grupo, como Sheilla, Fabi e até mesmo a central Thaísa, estão passando tranquilidade para as levantadoras. Fofão sabe que após a saída dela, Dani e Fabíola conviveram com o "fantasma" da ex-camisa 7 da seleção, principalmente depois da conquista olímpica na China.

"Elas entraram em um momento difícil, de muita pressão. Claro que as comparações comigo existiam, por todos os títulos que conquistei ali. Mas com certeza elas estão sendo ajudadas pelas companheiras."

No Mundial do Japão, em 2010, Dani Lins começou como titular mas logo perdeu a posição para Fabíola, já que não vivia bom momento tecnicamente. Já no Grand Prix deste ano, Dani retomou à titularidade e deixou a companheira no banco de reservas. Nenhuma das duas, no entanto, manteve regularidade durante muito tempo. Tanto que Zé Roberto pré-convocou Fofão para o Mundial - oficialmente, justificou que era apenas para se acontecesse alguma lesão em uma das duas levantadoras do grupo.

Fofão, no entanto, afirma que não houve conversa alguma com  o treinador e que depois disso, conversou com Zé Roberto e explicou que a situação gerou uma grande confusão para ela, já que todos passaram a se perguntar se a levantadora estaria voltando para a equipe nacional. No entanto, Fofão se diz decidida em não voltar a defender a camisa verde-amarela.

"Já decidi e não ia voltar atrás. Mesmo se o Zé me convocasse, eu não iria para o Japão. Não seria certo com a Dani Lins e com a Fabíola, que ralaram nesse ciclo inteiro desde 2008. Fiz questão de falar com elas e dizer para trabalharem tranquilas que eu não estava voltando", revela  a levantadora.

Nesta quarta-feira, às 18h, Dani Lins e Fabíola têm mais uma oportunidade de mostrarem que o "fantasma" de Fofão não existe mais. A seleção brasileira estreia no Campeonato Sul-Americano, contra o Paraguai, às 18h. A partida será no ginásio Miguel Grau del Callao, no Peru.