Inocentado em caso de doping, Pedro Solberg sente alívio e revolta: "Mancharam meu nome"
Alívio, alegria, revolta e esperança. É esse o misto de sentimentos por que passa Pedro Solberg, jogador de vôlei de praia. Nesta terça-feira, a FIBV (Federação Internacional de Voleibol) decidiu absolver o atleta e encerrar o caso que envolvia um suposto doping do jogador, que é filho da ex-jogadora de seleção feminina de vôlei Isabel. Ele foi absolvido das acusações depois de longas semanas de intensivas pesquisas e reviravoltas.
Após o surgimento de algumas dúvidas em relação aos resultados dos exames do laboratório do Rio de Janeiro credenciado à Agência Mundial Anti-Doping (WADA), Pedro Solberg Salgado foi agora permanentemente absolvido. Novos e diferentes resultados foram obtidos, agora do laboratório em Colônia, na Alemanha, e acabaram com qualquer suspeita.
"A FIVB vai pedir agora para que a WADA investigue a razão desses resultados contraditórios. Nós acreditamos que eles irão olhar cuidadosamente para esse infeliz acidente, e terão sucesso em harmonizar os procedimentos usados em todos os laboratórios", disse o presidente da comissão médica da FIVB, Roald Bahr.
"Estou muito aliviado, agora vou comemorar com meus amigos de verdade, com a minha mãe e com a minha família, que nunca deixaram de me apoiar", disse Solberg. Segundo ele, sua mãe, Isabel, "quase teve um ataque cardíaco" de tanto nervosismo por que passou. "Gastamos muito dinheiro, mas nem é isso o que mais me revolta. A sensação de injustiça, de ter meu nome descreditado, de ver minha mãe sofrer e quase ter um ataque cardíaco, é isso o que mais me revolta. Mancharam meu nome", disse o atleta, que afirmou também que sua mãe não deixou de acreditar em sua inocência nem por um minuto.
O jogador ainda não sabe se vai processar o Ladetec, laboratório responsável pelos exames incorretos. A família do atleta gastou mais de R$ 100 mil com advogados e especialistas bioquímicos para provar a inocência de Solberg.
Solberg voltará agora ao circuito de vôlei de praia. Durante o tempo em que ficou sob investigação, o atleta deixou de participar de quatro torneios. "Quinta-feira já volto à praia, tem etapa do Circuito Nacional em Maceió (AL)".
Entenda o caso
A Wada informou para a FIVB, no dia 8 de julho, que a análise de um exame de urina do jogador Pedro Solberg mostrou a presença da substância proibida, 5a-Androstane-3a, 127b-diol. O esteróide exógeno foi encontrado com concentração de 104,27mg/ml. Com isso, a instituição suspendeu provisoriamente o atleta.
Devido ao atraso da análise da contraprova, a FIVB decidiu anular, temporariamente, a suspensão. No dia 12 de agosto, porém, o Ladetec, laboratório brasileiro responsável pela análise inicial, confirmou o resultado positivo após a avaliação da contraprova.
Mas, após detalhado estudo sobre as condições de realização do exame, a FIVB decidiu, no dia 23 de setembro, requisitar para a WADA uma nova análise, realizada no laboratório de Colônia, na Alemanha. No último dia 21, o laboratório informou que o exame não indicou nenhum composto de origem exógena. Desta forma, a FIVB concluiu que Pedro Solberg não violou as regras de antidoping da instituição.
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