Brasil se abala com bolas duvidosas, perde para os EUA e começa mal a Copa do Mundo de vôlei

Campeã pan-americana em outubro, a seleção brasileira começou mal a briga por uma vaga nos Jogos Olímpicos de Londres. Nesta sexta-feira, na estreia na Copa do Mundo do Japão, a equipe foi derrotada pelos Estados Unidos por 3 sets a 1, parciais de 25-22, 17-25, 27-25 e 25-19, em partida válida pelo Grupo B, com sede na cidade de Nagano. As principais pontuadoras foram Sheilla e Fernanda Garay, com 18 pontos. Destinee Hooker, pelos Estados Unidos, fez 17 acertos.

O confronto  estava equilibrado até o fim do terceiro set, quando  uma bola que pareceu dentro de Paula Pequeno, que daria boa vantagem no placar para a seleção, foi marcada para fora pela arbitragem. As jogadoras reclamaram muito, ficaram abaladas psicologicamente e se perderam em quadra. No quarto set, outra bola duvidosa revoltou as brasileiras, em um momento do set em que tentavam uma reação.

O Brasil volta à quadra na manhã deste sábado, às 7h20 (de Brasília), diante do Quênia. Já as americanas duelam contra a Sérvia às 4h.

Contra as americanas, a seleção brasileira começou o confronto encontrando muitas dificuldades para pontuar, já que as rivais forçavam o saque e o passe das brasileiras não funcionava. A levantadora Dani Lins teve de se movimentar bastante para distribuir as bolas, o que facilitou a defesa das rivais. Mesmo assim, os Estados Unidos só conseguiram se distanciar no placar após a primeira parada técnica. Aproveitando-se de dois erros do Brasil, elas abriram 14 a 10. A desvantagem no marcador abalou principalmente as atacantes Paula Pequeno e Sheilla, que continuaram errando bolas fáceis. Zé Roberto mudou, colocou Fabíola, Tandara e Sassá em quadra, e o placar, que estava 24 a 19, passou para 24 a 22. Porém, Tandara foi bloqueada quando teve a chance de ficar apenas um ponto atrás e o set encerrou-se 25 a 22.

Após bronca de José Roberto Guimarães, as brasileiras voltaram ligadas para a segunda parcial, abrindo 6 a 3 logo de cara. Porém, os erros do primeiro set voltaram e permitiram uma reação americana (10 a 10). Depois de um pedido de tempo e mais um chamado firme do treinador, o Brasil acordou de vez, principalmente com Sheilla e Fernanda Garay. As duas passaram a ser bastante acionadas por Dani Lins e deram conta do recado. No bloqueio, a situação também melhorou e ajudou o time a deslanchar: 19 a 14. Dessa vez foram as americanas que se perderam em quadra, facilitando a vitória tranquila do Brasil por 25 a 17.

O terceiro set foi o mais equilibrado do duelo. Os dois times erraram menos e protagonizaram diversos ralis. As líberos, Fabi e Nicole Davis, defenderam bolas impressionantes e as atacantes de ambos os lados atacavam com força e precisão. Resultado: a parcial foi disputada ponto a ponto até o 20º ponto. Ali, um suposto erro da arbitragem mudou o cenário. O Brasil fez 22 a 20 no placar, e, em uma bola de Paula Pequeno que teria sido dentro, foi dada como fora pela arbitragem. O que seria 23 a 20 passou a ser 22 a 21. Na sequência, um ace americano empatou o duelo. As jogadoras dos Estados Unidos ganharam moral e viraram o set, vencendo por 27 a 25.

A derrota na parcial anterior influenciou psicologicamente as comandadas de José Roberto Guimarães. Fernanda Garay foi substituída por Mari logo no segundo ponto, após erros de recepção. A mudança não surtiu efeito, Mari também errou e viu as americanas abrirem 10 a 7. Depois, Dani Lins saiu e deu lugar à Fabíola. Desta vez, quem errou foi Fabiana, por duas vezes (no ataque e no saque). Assim, as rivais ficaram quatro pontos à frente 14 a 10. Nada dava certo para o Brasil, e mais uma vez a arbitragem apareceu. A equipe tentava uma reação e, após um bonito ponto de Sheilla, o juiz principal anotou uma infração da líbero Fabi, no lance anterior. O ponto foi para os Estados Unidos, que a partir dali disparou no placar e estreou com vitória na Copa do Mundo.