Brasil depende de si e da "boa vontade" de rivais europeus para garantir vaga olímpica
As derrotas para Sérvia, Cuba e Itália complicaram a situação da seleção brasileira masculina na Copa do Mundo de vôlei, torneio classificatório para os Jogos Olímpicos de Londres. Os resultados negativos derrubaram o time de Bernardinho para a quarta colocação, fora da zona de classificação para 2012. Desta maneira, o Brasil chega à última fase da competição atrás de Polônia, Rússia e Itália, mas dependendo dos próprios resultados e da “boa vontade” dos rivais europeus, que fazem confrontos diretos entre si e podem optar por uma “aliança” em prol do Velho Continente.
MURILO DETONA FIVB APÓS DERROTA DO BRASIL PARA A SÉRVIA
Depois de perder para Argentina, Polônia e Irã, os sérvios desanimaram. A partir do quarto jogo, o técnico do time mudou o pensamento e passou a focar já no Pré-Olímpico Europeu. Para isso, deu folga aos seus titulares nas partidas contra Itália e Rússia, facilitando a vitória dos rivais diretos, e 'dando uma ajuda' para que os europeus fiquem á frente do Brasil na classificação. Leia mais |
Na 4ª fase do campeonato disputado no Japão, Brasil (16 pontos), Rússia (17 pontos) e Itália (21 pontos) têm tabelas idênticas pela frente. As três seleções enfrentam Polônia e Irã, além do Japão, dono da casa.
Enquanto isso, a Polônia, que lidera a competição com 22 pontos, enfrentará justamente os três principais rivais pela vaga olímpica: Itália, Brasil e Rússia, na respectiva ordem. O fato de os quatro principais postulantes às vagas olímpicas se enfrentarem fará com que uns tirem pontos dos outros, o que, em tese, pode ajudar o time brasileiro.
No entanto, a equipe polonesa pode chegar à última rodada com a vaga já garantida, pois precisa somar apenas quatro pontos para carimbar seu passaporte para Londres-2012. Assim, se quiser, a Polônia pode complicar a vida brasileira e “facilitar” para os outros europeus, já que o título do torneio não tem tanta importância para as equipes. Vale saber se o time vai querer dificultar a classificação olímpica de um adversário de peso, o Brasil, ou se a rivalidade continental vai pesar contra italianos e russos.
A possibilidade de "marmelada" fez o ponteiro brasileiro Murilo detonar o regulamento da FIVB (Federação Internacional de vôlei), depois derrota para a Sérvia na última terça-feira.
“A Copa do Mundo a partir de agora virou um torneio intercontinental, eles vão tentar se ajudar. A Federação fez a cagada dela, então agora nós temos que fazer a nossa parte e correr atrás, já que não dependemos só dos nossos resultados", protestou em entrevista ao Sportv.
BRUNO VOLOCH:
Murilo: Quem com ferro fere, com ferro será ferido |
O protesto do atacantefoi motivado pelo fato de a Sérvia ter utilizado o time titular contra o Brasil, enquanto que os rivais diretos do time de Bernardinho enfrentaram os reservas sérvios. Embora não admitida, a hipótese mais provável é a de que, após um início ruim de campeonato, a Sérvia tenha optado por ajudar outros times europeus para esvaziar o pré-olímpico continental do ano que vem e, assim, aumentar suas chances de classificação.
Apesar da reclamação de Murilo, o próprio time brasileiro já foi beneficiado pela estratégia, pois a Argentina também poupou seus principais jogadores na partida contra a equipe verde e amarela com o mesmo intuito.
A Copa do Mundo vai até o próximo domingo. A seleção brasileira enfrenta o Irã na madrugada de quinta para sexta, à meia-noite, encara a Polônia às 4h de sábado e encerra sua participação às 7h20 do dia seguinte contra o Japão, no jogo que encerrará o campeonato.
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