Mari tenta convencer, mas Venturini descarta Olimpíada: "Nem se o avião da seleção cair"
Fernanda Venturini voltou às quadras e, em menos de dois meses, já demonstrou a classe e a boa forma física que a consagraram como uma das melhores levantadoras do mundo durante quase duas décadas. A camisa 1 da Unilever, inclusive, foi um dos destaques da arrasadora vitória de sua equipe por 3 sets a 0 sobre o Vôlei Futuro na última terça-feira pela Superliga feminina de vôlei.
Mas nada disso é suficiente para convencê-la, pelo menos no discurso, a tentar voltar à seleção brasileira.
Em rápida entrevista concedida após o jogo no Maracanãzinho, Fernanda, de 41 anos, repetiu novamente que seu contrato com a Unilever termina em abril e que, depois disso, encerrará de vez a carreira.
Mas revelou que algumas companheiras de equipe tentam convencê-la a voltar a vestir a camisa verde-amarela.
“A Mari brinca comigo e fala ‘você vai para Londres’, mas não vou. Se o avião da seleção cair e não tiver mais jogadoras, nem assim eu vou”, brincou a levantadora em conversa com o Sportv. “Vou ver a Olimpíada como espectadora”.
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Mas ainda que a medalhista olímpica de Atlanta-1996 quisesse voltar à seleção, que atualmente tem Dani Lins e Fabíola como levantadoras, sua missão seria praticamente impossível. Fernanda teve sérias desavenças com o técnico José Roberto Guimarães após os Jogos de Atenas, em 2004, em episódio que acabou gerando o já conhecido racha entre o técnico da equipe feminina e o colega Bernardinho, do time masculino, que é casado com Fernanda.
Em 2008, a levantadora, que estava em uma de suas aposentadorias, chegou a cogitar a hipótese de voltar a jogar para poder disputar a Olimpíada de Pequim e conversou diretamente com Zé Roberto para buscar uma vaga.
Na ocasião, porém, o treinador descartou o retorno de Fernanda à seleção e alegou que privilegiaria as levantadoras que tivessem feito parte de todo o ciclo olímpico, no caso Fofão e Carol Alburquerque. Com elas, a equipe conquistou a inédita medalha de ouro e enterrou a fama de "amarelona" cultivada com as derrotas em Atenas e no Mundial de 2006.
O retorno de Fernanda às quadras no final do ano passado veio após um pedido de Bernardinho, que se viu sem uma levantadora de peso para a Unilever com a saída de Dani Lins. Como as principais jogadoras da posição já estavam empregadas e o time carioca estava quase no limite de pontos do ranking determinado pela CBV, o treinador pediu à mulher que encerrasse mais uma aposentadoria para preencher a vaga.
A opção deu certo, e Fernanda é a melhor levantadora da Superliga segundo as estatísticas, com 25,61% de eficiência (contra 21,77% da segunda colocada, Dani Lins) e apenas dois erros computados.
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