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Autópsia de italiano revela morte 'natural', mas resultado final sairá em 3 meses

Resultado inicial da autopsia de Bovolenta indicou morte natural; infarto é possibilidade - Divulgação
Resultado inicial da autopsia de Bovolenta indicou morte natural; infarto é possibilidade Imagem: Divulgação

Paula Almeida

Do UOL, em São Paulo

27/03/2012 15h18

O corpo do jogador italiano de vôlei, Vigor Bovolenta, morto no último sábado após sofrer um mal súbito durante uma partida local, foi submetido a autópsia na manhã desta terça-feira em Macerata, cidade em que ele faleceu. Embora os peritos tenham evitado dar maiores detalhes ao final do procedimento, o diretor de comunicação do clube Forli, pelo qual jogava o vice-campeão olímpico, informou ao UOL Esporte que o resultado inicial da autópsia indicou "morte por causa natural".

ESPECIALISTA BRASILEIRO ACREDITA EM INFARTO

Avaliando o caso de longe, Jomar Souza, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte acredita que Bovolenta tenha sido vítima de um infarto fulminante.

“Nessa faixa etária, a principal causa de morte súbita é o infarto agudo do miocárdio. É bem possível que o evento agora que culminou com a morte não tenha sido causado pela arritmia, mas por um infarto. Mas só a necropsia vai dizer se tinha aumento anormal do músculo cardíaco ou se tinha áreas de isquemia ou alguma obstrução das artérias coronárias.

A primeira conclusão ainda diz pouco sobre o que realmente aconteceu com Bovolenta. Segundo especialistas, a hipótese mais provável é um infarto agudo do miocárdio, mais comum entre pessoas da faixa etária do italiano (37 anos), mas ainda não estão descartadas outras patologias cardíacas. O resultado final só deverá sair dentro de 90 dias.

Embora o central italiano tenha sido diagnosticado com uma arritmia cardíaca em 1998, o clube e o médico que o acompanhou na época, Massimo Santini, dizem que ele nunca mais teve problemas cardíacos ou se queixou de algum sintoma. O diretor de comunicação do Forli, Roberto Feroli, revelou ainda ao UOL que Bovolenta estava em dia com todos os exames e que tinha o laudo de aptidão esportiva.

O jornalista ressaltou, porém, que apesar de estar em ótimas condições de saúde, Bovolenta já vinha treinando em um ritmo menor. Este seria provavelmente o último ano de carreira do ex-jogador da seleção italiana.

“Vigor já havia até esquecido o que acontecera há tantos anos atrás, porque nunca mais sentiu qualquer sintoma. Neste ano, para ficar mais junto da família, ele pediu para não treinar às quartas-feiras. Além disso, há cerca de 10 dias, ele vinha treinando em ritmo reduzido por causa de dores no joelho. Ele estava em ótimo estado de saúde e sem qualquer problema físico”, disse Feroli.

CLUBES BRASILEIROS SE VEEM PRONTOS PARA EVITAR MORTES NO VÔLEI

Embora a CBV e as principais federações estaduais do Brasil não detalhem os testes físicos pelos quais os jogadores devem passar, as grandes agremiações brasileiras têm seguido os moldes de clubes de futebol e das próprias seleções nacionais e feito avaliações rigorosas de pré-temporada.

O Forli ainda ressalta que, embora na Série B2 do Campeonato italiano não haja obrigatoriedade da presença de um desfibrilador em quadra durante os jogos, o clube sempre tem um equipamento desses a mão nas partidas da equipe. Nem isso, porém, foi suficiente para evitar a morte de Vigor Bovolenta.

“No sábado, em Macerata, o socorro chegou rapidamente, mas pelo que perceberam as pessoas presentes, e a autopsia deve comprovar, não havia nada que se pudesse fazer”, afirmou Feroli.

O corpo do ex-jogador será enterrado nesta quarta-feira em Rovigo, terra natal de Bovolenta. O velório será aberto ao público, e o Forli disponibilizará gratuitamente dois ônibus para quem quiser acompanhar o funeral. Além de atleta, Bovolenta era diretor de marketing da equipe.