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Michael se diz mais aceito após assumir ser gay e narra caso com prostituta em livro

Michael rejeita levantar bandeira contra homofobia e diz viver de bem com a vida - Divulgação/CBV
Michael rejeita levantar bandeira contra homofobia e diz viver de bem com a vida Imagem: Divulgação/CBV

Do UOL, em São Paulo

03/04/2012 10h49

O jogador Michael, da equipe Vôlei Futuro, diz ter se fortalecido após o episódio em que foi ofendido pela torcida do Cruzeiro, em 2010, por ser gay. Em depoimento ao livro Toda Maneira de Amor Vale a Pena, que aborda várias histórias contadas por homossexuais, o atleta narra de forma bem humorada sua primeira transa com uma mulher, quando tinha 21 anos.

Foi um evento com amigos em uma casa de prostituição. Ali ele percebeu definitivamente que estava no lugar errado.

“Logo que a gente chegou ao quarto, perguntei à mulher se ela poderia colocar um filme pornô para ver se eu sentiria alguma coisa. Eu só ficava pensando: ‘Como vou fazer esse negócio?’ Excitado eu não fiquei, não, mas rolou mais ou menos. Lembro que, quando acabou, ela me perguntou: ‘Por que você me empurrou?’ Eu tinha empurrado e nem percebi. Hoje, conto essa história para meus amigos e eles rolam de rir”, descreveu Michael ao livro.

Michael afirma que a revelação em público sobre sua sexualidade logo depois de ser xingado em coro por torcedores tirou pressões e aumentou o respeito da torcida.

“As pessoas me cumprimentaram, disseram que tive muita coragem de ir à televisão. Jamais tive problema com isso e nunca falei nada antes porque não era necessário. É só olhar para mim e ver que sou gay. Todo mundo que me conhece, no vôlei, já sabia. Só resolvi falar porque foi realmente chato”.

  • Guyane Araújo/UOL Esporte

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Outra passagem citada por Michael foi quando dividia o alojamento com um aspirante a jogador. Michael viajou e deixou cremes e secador de cabelo no banheiro. O amigo aproveitou a ausência de Michael para levar a namorada.

Ao se deparar com cremes e secador, a moça discutiu com o namorado, achando que ele morava com outra. O caso foi resolvido quando o rapaz explicou que os pertences eram de Michael.

O apoio familiar possibilitou uma juventude “privilegiada”, frisa Michael. O jogador do Vôlei Futuro rejeita aproveitar a fama para ser um defensor da luta contra a homofobia, apesar dos pedidos. Ele evita estrelar eventos GLS e acrescenta que pretende apenas ter uma vida tranquila, ao lado de parentes e amigos.