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Favorito à presidência da FIVB, Ary Graça acumulará cargos e seguirá no comando da CBV

Ary Graça pode se tornar o 2º brasileiro a presidir uma entidade máxima do esporte - Alexandre Arruda/CBV
Ary Graça pode se tornar o 2º brasileiro a presidir uma entidade máxima do esporte Imagem: Alexandre Arruda/CBV

Luiz Paulo Montes

Do UOL, em São Paulo

21/09/2012 06h00

Ary Graça Filho, presidente da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei), é o favorito a ganhar, nesta sexta-feira, a votação que elegerá o novo presidente da FIVB (Federação Internacional de Vôlei). O pleito, que acontece no Anaheim, nos Estados Unidos, durante um Congresso, deve acabar por volta das 21h (de Brasília), quando será anunciado o sucessor do chinês Jizhong Wei.

Mesmo se vencer a eleição e tornar-se o principal mandatário do vôlei mundial, Ary não deixará a CBV. Ele acumulará os cargos, deixando somente o comando da Confederação Sul-Americana, já que o estatuto da FIVB não permite a sequência. Na entidade brasileira, o dirigente tirará, inicialmente, uma licença por tempo indeterminado até que consiga tomar as primeiras medidas na Federação Internacional.

Em entrevista ao UOL Esporte, por telefone, Ary Graça confirmou que seguirá no comando da CBV, a qual preside desde 1997, quando assumiu o lugar deixado por Carlos Arthur Nuzman.

"Não há motivo para eu sair. Os dirigentes e jogadores não querem que eu saia. Por que sairia? Vou tirar uma licença, não sei por quanto tempo ainda, mas sigo no cargo", afirmou o carioca, de 68 anos. Caso confirme a vitória nesta noite, ainda não há uma definição se Ary seguirá morando no Rio de Janeiro ou irá para a Suíça, sede da entidade.

Para chegar ao cargo máximo do vôlei mundial, Ary Graça concorrerá com Chris Schacht, presidente da Federação Australiana de Voleibol; e Doug Beal, presidente da Federação Americana de Voleibol. De acordo com o material divulgado pelo candidato brasileiro, ele tem o apoio das cinco confederações continentais e, por isso, é apontado como o favorito à vitória. 

No período em que o presidente ficar afastado do cargo na CBV, o responsável pela entidade será o vice Walter Pitombo Laranjeiras, de 78 anos. Atualmente ele comanda a Federação Alagoana de Vôlei, e é vice da CBV há quase 30 anos. Não é descartada a possibilidade, inclusive, de ele tornar-se presidente efetivo da entidade. Mas, para isso, Ary terá, futuramente, que deixar a licença de lado e deixar, de fato, o cargo.

Na FIVB, caso eleito, ele só deverá ficar um mandato. Apesar de não haver limite de reeleições, há um máximo de idade: 75 anos. Com 69, Ary chegará ao fim de seu primeiro quadriênio com 73, e teria de deixar o cargo no meio do segundo. 

Caso seja eleito, está será a segunda vez na história que o Brasil terá um representante no comando de uma entidade esportiva. O outro foi João Havelange, que presidiu a Fifa entre 1974 e 1998.

COMO SERÁ A VOTAÇÃO PARA PRESIDENTE DA FIVB

QUEM VOTAOs 220 países filiados tem direito ao voto. Mas apenas 204 deverão marcar presença
CANDIDATOSAry Graça (Brasil), Chris Schacht (Austrália) e Doug Beal (Estados Unidos)
O MANDATODuração de quatro anos. Não há limite para reeleição, apenas de idade (75 anos)
A VOTAÇÃOCada federação filiada à FIVB tem direito a um voto, secreto.
O VENCEDORSerá conhecido por volta das 21h (de Brasília) desta sexta-feira. Logo após o anúncio, o novo presidente da FIVB fará um pronunciamento oficial e começa seus trabalhos no novo cargo, deixado por Jizhong Wei.