Topo

Ary Graça admite conflito de interesses por presidir Federação Internacional e Confederação Brasileira de Vôlei

Graça comemora após o anúncio oficial de sua vitória na disputa à presidência da FIVB - Luiz Pires/VIPCOMM
Graça comemora após o anúncio oficial de sua vitória na disputa à presidência da FIVB Imagem: Luiz Pires/VIPCOMM

Do UOL, em São Paulo

28/09/2012 15h27

Eleito presidente da Federação Internacional de Voleibol no último dia 21 de setembro, Ary Graça já aponta, nesta sexta-feira (sete dias após sua eleição), um possível conflito de interesses em seu novo cargo por conta dos atuais mandatos nas Confederações Brasileira e Sul-americana, das quais é presidente.

"O conflito de interesses tende a acontecer. Porém, ao defender o voleibol do Brasil eu estou defendendo o voleibol mundial porque no momento o Brasil é o exemplo a ser seguido, então falar do Brasil é falar do voleibol do Brasil é falar do voleibol mundial. O conflito de interesses não vai surgir se você puder evitá-lo e eu vou fazer de tudo para evitar", declarou ele, em entrevista ao canal Sportv.

Apesar da preocupação, Graça já planeja se afastar de seus antigos cargos, pelo menos por enquanto, para se dedicar unicamente a Federação Internacional. Por considerar o atual sistema do órgão "arcaico", ele prevê muito trabalho para si e uma reformulação do modelo atual.

"Em um primeiro momento eu vou me licenciar dos demais cargos (Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) e da Confederação Sul-americana de Voleibol).O modelo dele é arcaico, a estrutura que temos hoje lá precisa ser modificada, vamos trocá-la par uma estrutura de negócios e isso demanda tempo. Nós temos que modernizar a administração lá", explica.

Satisfeito com o seu trabalho no Brasil, além de apontar o país como principal referência de vôlei no mundo, o presidente conta, com orgulho, que o esporte já superou a popularidade do futebol na região Centro-Oeste do país, mas admite que a concorrência é muito dura.

"Lá eu ganho do futebol porque lá não tem time importante, então eu busca levar muitas competições pra lá, sul-americana, mundial. Concorrer com o futebol é complicado demais e uma tarefa quase que impossível. Mas hoje 63% da preferência popular e o voleibol com 58,5%, então é um contra o outro. Isso me leva a pensar o seguinte: quem gosta de futebol, também gosta de voleibol", conclui.

Aos 69 anos, Ary Graça está a frente da CBV desde de 1997, há 15 anos, e nos anos de 1975 a 1983 ocupou o cargo de vice-presidente da entidade. Ex-jogador de vôlei e formado em direito, Graça viu,e m sua gestão, o Brasil se tornar protagonista no cenário do vôlei mundial, conquistando diversos títulos internacionais. Após ser eleito na última semana, o brasileiro se tornou o quarto presidente da história da FIVB.