Carreira de miss pode fazer reforço da equipe de Bernardinho perder eventual final da Superliga
Na negociação que culminou com a chegada da central Luciane Escouto à Unilever, equipe comandada por Bernardinho, uma condição foi colocada pela atleta: que ela pudesse cumprir seus compromissos como miss até o meio do ano que vem. Com uma carreira de modelo à parte, Luciane disputará em abril a final brasileira do Miss Mundo, em que ela concorre como representante gaúcha.
O concurso ocorrerá na noite do dia 6 de abril, na cidade de Mangaratiba, no Rio de Janeiro. O problema é que caso a Unilever consiga chegar à decisão da Superliga, a meio de rede corre o risco de não conseguir jogar, já que a partida decisiva será no dia 7 de abril, data previamente marcada pela CBV (Confederação Brasileira de Vôlei), em local ainda não determinado. Normalmente, as decisões do torneio acontecem na parte da manhã, o que dificultaria ainda mais a presença da atleta.
Luciane diz que em uma eventual final ela deverá estar no ginásio. Mas certamente perderá a semana final de preparação para o duelo, já que estará à disposição da organização do Miss Mundo Brasil para uma série de eventos que antecedem o concurso em si. Mesmo com o possível desfalque, a Unilever aceitou as condições e fechou contrato com a jogadora até o fim da competição nacional.
"Esse assunto foi um dos primeiros que conversamos quando houve o contato da Unilever com o meu empresário. Eu expliquei que, como miss, ainda tenho alguns compromissos a cumprir. Não tenho escolha, tenho que estar presente. E, para ser sincera, deixei eles (diretoria) bem à vontade nesse aspecto, se não pudessem me contratar por isso. Mas no fim deu tudo certo, eles entenderam e fui contratada", afirmou a gaúcha, de 1,85m e 25 anos.
A diretoria da equipe carioca aceitou a "condição" colocada pela "miss do vôlei", como ficou conhecida, e a liberará em todos os compromissos que Luciane tiver na carreira de modelo. Harry Bollmann, supervisor da Unilever, confirmou a autorização e deixou claro que a equipe não impedirá a participação da atleta em nenhum evento.
A Unilever, que é sete vezes campeã da Superliga, é o maior desafio da carreira de Luciane Escouto. Até agora, a central passou por equipes de menor expressão no vôlei adulto e terá cerca de seis meses para provar que o investimento valeu a pena. A jogadora se diz motivada e preparada para atuar em uma das equipes mais expressivas do Brasil. Nem mesmo o lado "durão" do técnico Bernardinho a assusta.
"Ele é um dos melhores técnicos do mundo. Não me assusta não. Fico honrada de poder ser treinada por ele e vou procurar absorver cada instrução dele para crescer profissionalmente. Ele é conhecido por gritar, falar bastante. Mas acho que é característica de cada técnico, e acabo acostumando (risos)", brincou a central, natural de São Leopoldo.
BELEZA NÃO DEVE SER EXPLORADA COMO MARKETING
Apesar de contar com uma miss em seu elenco, a Unilever, inicialmente, não pretende explorar a beleza da jogadora em ações de marketing para promover a equipe. Segundo Harry Bollmann, Luciane foi contratada para ser utilizada 'somente como atleta' neste primeiro momento
"Trata-se de uma atleta, com o objetivo exclusivo de jogar vôlei. Foi para isso que contratamos ela. Tem um potencial que nos chamou a atenção, estava disponível e tinha o desejo de permanecer no Rio de Janeiro (ela disputou no começo do mês o Campeonato Carioca pelo Fluminense). Futuramente, se surgiu alguma ação que nós possamos unir as duas carreiras (modelo e jogadora), pode ser que façamos algo", explicou o dirigente.
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