Fabi pretende escrever livro sobre a trajetória da seleção de vôlei rumo ao bicampeonato olímpico
O ciclo olímpico que começou em 2009 para a seleção feminina de vôlei e culminou na conquista do bicampeonato nos Jogos de Londres deverá virar livro. Não se sabe quando, mas a líbero Fabi, um dos símbolos da equipe, pretende escrever e dividir com o público histórias do grupo e da campanha até o ouro em agosto deste ano.
"Guardei muita coisa escrita ao longo desse tempo. A ideia ainda é embrionária, mas quero publicar um dia", afirmou a líbero, que esteve presente nos dois títulos olímpicos das mulheres do vôlei. "Tudo o que vivi na Vila Olímpica, as conversas, as crenças, a convivência, me fez sair dali fortalecida. Mas nada mudou em minha vida, não faço nada diferente. Continuo brincando com o jornaleiro, cumprimentando os seguranças da rua, frequentando os mesmos lugares", completou.
Histórias, aliás, que devem ser muitas. Ao longo dos últimos quatro anos, o grupo da seleção passou por muitas dificuldades, especialmente por conflitos internos entre jogadoras e, já na reta final, com o técnico José Roberto Guimarães, que comanda o time desde 2003. Por tanto tempo juntos, o desgaste foi natural e chegou ao limite em Londres.
Na primeira fase da Olimpíada, o Brasil teve um desempenho terrível e chegou a correr sérios riscos de não se classificar para as quartas de final. Após uma vexatória derrota para a Coreia do Sul, jogadores e comissão técnica se reuniram na Vila Olímpica e saíram da conversa fortalecidos. No papo, Zé Roberto pediu apenas que as atletas 'jogassem por elas'. Muitas choraram e se sensibilizaram com a situação.
A partir dali a seleção reencontrou o caminho das vitórias, passou pela China e chegou bem às quartas de final, quando conseguiu uma histórica vitória sobre a Rússia, por 3 sets a 2. Após a partida o choro tomou conta de todas as jogadoras, que começaram a acreditar que o bicampeonato era possível.
Fabi, aliás, é uma das que possivelmente deixaria a seleção a partir de 2013. Esta, porém, não é a ideia dela. A líbero de 32 quer seguir na equipe e disputar a Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro.
"Nos próximos quatro anos, viveremos intensamente dois grandes eventos, a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. O Rio vai respirar esporte. E eu pretendo participar de tudo isso diretamente. Particularmente, tenho o desafio de testar diariamente meus limites, meu corpo. Quero estar bem para continuar na Seleção", declarou a carioca.
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