Ausência na seleção pode tirar Juliana do Circuito Mundial por um ano, mas CBV avalia caso
Preocupada com o desempenho do vôlei de praia brasileiro nas últimas temporadas, sobretudo em Olimpíadas, e antenada com uma nova tendência da modalidade mundo afora, a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) colocou em prática neste início de ano o projeto de seleções brasileiras na areia. Logo de cara, porém, a entidade terá que lidar com um atrito envolvendo a principal jogadora do país, Juliana. Se seguir à regra as regulamentações internas, a Confederação não contará com a atleta durante todos os campeonatos internacionais de 2013.
Juliana não se apresentou à primeira convocação da seleção brasileira, ainda em dezembro do ano passado, e foi oficialmente cortada da equipe no dia seguinte. Apesar de se retratar perante o presidente da CBV, Ary Graça, e o comando do vôlei de praia, a jogadora não pôde se apresentar em outra data e não está participando da primeira bateria de treinamentos, iniciada na última terça-feira em Saquarema e com prazo de três semanas.
“A gente está começando um processo novo, e nem tudo sai da maneira como se espera. O vôlei de praia tem essa programação e a Juliana entende isso”, explicou ao UOL Esporte Marcos Miranda, técnico da seleção feminina. “A CBV tem as regras dela, e a não apresentação acarretou a desconvocação. Ela se apresentou, se retratou, a retratação foi aceita e em algum momento em que acharmos adequado ela será chamada novamente”.
Embora Juliana seja a jogadora mais vitoriosa do vôlei de praia brasileiro em atividade, a CBV bancou o “gelo” na atleta como sanção pela ausência no início do projeto - motivada por questões pessoais não reveladas. Como resultado, a santista que atua pelo Ceará pode ficar fora de grande parte das competições internacionais da temporada, já que é da seleção que sairão as duplas participantes do Circuito Sul-Americano, do Circuito Mundial e do próprio Mundial.
AS SELEÇÕES DE VÔLEI DE PRAIA
As seleções brasileiras de vôlei de praia foram anunciadas em dezembro de 2012 e iniciaram os treinamentos neste mês de janeiro, em Saquarema. Ao todo, são 16 homens (comandados pela técnica Letícia Pessoa) e 10 mulheres (dirigidas por Marcos Miranda). Observando que a renovação feminina tem sido menor, a CBV também iniciou um projeto para captar talentos do vôlei de quadra e levá-los para a areia. As duas primeiras atletas são Fernanda Berti e Mari Paraíba.
“Houve uma falha, e em função disso houve um afastamento. As regras existem e não podem ser quebradas. Quando existe um afastamento, em geral é por toda uma temporada, como acontece na seleção indoor”, afirmou Miranda.
Entretanto, a qualidade técnica de Juliana, seu interesse mostrado posteriormente em integrar a seleção e até mesmo a falta de renovação do vôlei de praia brasileiro podem reduzir sua punição, conforme explicou o próprio técnico da seleção. “O calendário do vôlei de praia tem inúmeras competições e, a qualquer momento, a gente pode rever essa decisão. Cabe a mim mostrar a importância dela e a gente antecipar a volta. As portas estão abertas muito em função do que ela falou pra gente. Tudo ficou muito bem explicado”, afirmou.
Juliana tem evitado falar publicamente sobre o assunto, mas já se mostrou otimista sobre uma rápida integração ao time nacional. O estafe da jogadora e de sua parceira, Maria Elisa (que está na seleção), também não teme que a medalhista de bronze de Londres-2012 fique fora do Circuito Mundial.
“A gente espera que na próxima convocação, após a etapa de João Pessoa do Circuito Nacional [de 21 a 24 de fevereiro], ela já seja chamada”, disse Reis Castro, técnico de Juliana. “Não existe essa possibilidade [de ela ficar fora das competições internacionais], a menos que a Confederação não queira utilizar a melhor jogadora do país”.
O COMANDANTE DA SELEÇÃO FEMININA
Técnico da seleção feminina de vôlei de praia, Marcos Miranda está de volta às areias após quase sete anos. Comandante de Ana Paula e Sandra Pires nos Jogos de Atenas-2004, o carioca treinou Nalbert entre 2005 e 2006 até retornar para as quadras, onde já havia auxiliado José Roberto Guimarães em duas Olimpíadas. Seu último trabalho foi na Superliga masculina 2011/2012, quando levou o RJX às semifinais.
“É uma baita oportunidade alavancar com a Confederação, o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e o Ministério do Esporte um projeto que coloca o vôlei de praia num patamar de esporte de linha. A gente se iguala aos grandes esportes coletivos”, afirmou Miranda ao UOL. “O que tem de novo é que é uma seleção, você não gere uma só dupla. A gente que vem do indoor já traz essa bagagem, porque funciona dessa forma, não só com dois atletas, mas com 12, 14, 16”.
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