De lesões nos joelhos a corte da Olímpiada: relembre o inferno astral de Mari nos últimos anos
Até 2010, Mari era considerada uma das grandes armas da seleção feminina de vôlei. Naquele ano, porém, uma grave lesão no joelho a afastaria das quadras por oito meses e a confirmaria como ausência no Mundial do Japão, quando o Brasil ficou com o vice-campeonato.
Desde que voltou a jogar, já em 2011, Mari não conseguiu mais recuperar a forma física e técnica que a fizeram ser considerada uma das melhores do mundo, e começou a viver um verdadeiro inferno astral, que foi 'completado' com mais uma grave lesão, sofrida no último domingo, na Turquia.
Além das lesões e de dores que a incomodaram nos últimos tempos, Mari não engrenou nem na Unilever nem na seleção. Prova disso é que, por opção do técnico José Roberto Guimarães, foi cortada dos Jogos Olímpicos de Londres e não participou da campanha do bicampeonato.
Irritada com o corte, Mari não deixou barato. Convocou uma entrevista coletiva e disparou contra Zé Roberto. Poucos meses após a Olimpíada, em entrevista publicada com exclusividade pelo UOL Esporte, a ponteira abriu o jogo e detonou o técnico, dizendo que nem mais amizade teria com o comandante da seleção.
Relembre abaixo algumas das situações sofridas pela atleta desde 2010
LESÃO GRAVE NO JOELHO TIROU MARI DO MUNDIAL-2010 NO JAPÃO
Durante partida contra a Polônia, no Grand Prix de 2010, Mari sofreu uma ruptura total do ligamento cruzado do joelho direito, teve de passar por uma cirurgia e ficou fora do Mundial daquele ano, no Japão, quando o Brasil ficou com o vice-campeonato.
Na época, a ponteira ainda vinha em boa fase e era uma das principais armas ofensivas de José Roberto Guimarães. Na mesma competição, o técnico ainda perdeu Paula Pequeno, que fraturou o tornozelo e também foi desfalque no Mundial.
Ali começava o inferno astral da camisa 7, que, desde então, não consegue reviver seus melhores momentos no vôlei e ficará bastante tempo afastada após nova lesão.
SOB O COMANDO DE BERNARDINHO, MARI ALTERNA ALTOS E BAIXOS
Quando voltou a atuar, em fevereiro de 2011, a expectativa era grande em cima de Mari na Unilever. Ela, porém, não esteve tão bem no fim da temporada. Alternou altos e baixos, muito ainda pela falta de ritmo devido a tanto tempo afastada.
De contrato renovado para o ano seguinte, Mari decepcionou. Fez uma Superliga muito abaixo do que poderia render, chegou a ser barrada por Bernardinho em alguns jogos, e não parecia feliz em quadra.
Mesmo após as más apresentações dela, Zé Roberto Guimarães a convocou para os treinamentos da seleção brasileira visando à preparação para os Jogos Olímpicos.
EM MÁ FASE, MARI É CORTADA DO PRÉ-OLÍMPICO EM SÃO CARLOS
Durante a preparação para o Pré-Olímpico de São Carlos, Zé Roberto já havia dado o recado de que Mari não vivia boa fase e não descartava o corte da atleta. E assim foi feito. Já na cidade do interior paulista, o comandante tirou a ponteira da lista das 12 jogadoras inscritas para o torneio.
Na avaliação de José Roberto Guimarães, Mari ainda estava abaixo tecnicamente das demais companheiras, e, por isso, perdeu a vaga na competição.
Ali, a ponteira já ficou ciente de que não estava nem perto de estar garantida nos Jogos Olímpicos de Londres. Embora se dissesse confiante, Mari sabia que Zé não estava satisfeito com o desempenho dela.
MARI NÃO AGRADA E FICA FORA DOS JOGOS OLÍMPICOS
No dia 10 de julho de 2010, o sonho de Mari ser bicampeã olímpica acabou. Cerca de 15 dias antes do início da competição, a CBV divulgou que a jogadora não fazia parte dos planos de Zé Roberto e, por isso, havia sido dispensada do grupo.
O corte ocorreu após uma conversa do técnico com a atleta no CT de Saquarema, no Rio de Janeiro, onde a equipe fazia a reta final de preparação para os Jogos. Após um almoço, Zé chamou Mari em seu quarto e a dispensou.
Depois de alguns dias afastada dos holofotes, Mari convocou uma entrevista coletiva para desabafar sobre a dispensa da seleção brasileira.
IRRITADA, MARI ENTRA EM ATRITO COM ZÉ ROBERTO
Em seu prédio no Rio de Janeiro, Mari desabafou. Negou que houvesse qualquer tipo de problema com as companheiras, mas deixou claro que não concordava com o seu corte. Segundo ela, seria 'loucura' se concordasse.
“A opção é dele. Não concordo de forma alguma, mas respeito”, resumiu a jogadora, que rejeitou os argumentos usados pelo treinador para tirá-la do grupo que disputaria a Olimpíada em Londres.
As respostas, claro, causaram polêmica, mas o treinador a todo momento evitou responder à ex-comandada, dizendo que respeitava a opinião da jogadora.
MARI VOLTA A CRITICAR ZÉ ROBERTO E REVELA GRUPO RACHADO
Em entrevista concedida à Revista Istoé 2016, publicada com exclusividade pelo UOL antes, Mari detonou Zé Roberto. A atleta se disse injustiçada e declarou não ter qualquer tipo de relacionamento com o comandante tricampeão olímpico.
"Fui injustiçada. Não tenho mais relacionamento com ele e não faço a menor questão de ter", falou a jogadora. "Não estou pensando em seleção. Sinto o dever cumprido pelo que já fiz. Se eu voltar para a seleção é porque quero e gosto, não porque preciso", esbravejou.
Zé Roberto, de novo, evitou comentar as críticas. Mas o UOL Esporte apurou que não há mais clima para o retorno da ponteira, ainda mais após o técnico renovar o contrato até 2016.
Mari revelou ainda que ao longo do último ciclo olímpico, grande parte das jogadoras estava insatisfeita com o comandante, e o grupo estaria rachado com a comissão técnica.
LNOVA ESÃO NO JOELHO DÁ CONTINUIDADE AO INFERNO ASTRAL
No último domingo, durante partida do Fenerbahce (TUR), Mari sofreu mais uma grave lesão, desta vez no joelho esquerdo. Assim como em 2010, ela rompeu o ligamento cruzado e terá de passar por uma cirurgia para reconstrução.
A expectativa é a de que a ponteira fique afastada por até oito meses das quadras e já nem defenda mais o Fenerbahce, que não pretende renovar o contrato da atleta.
Na Turquia, Mari quase foi dispensada do clube, insatisfeito por ela ficar tanto tempo no departamento médico e não render o que era esperado quando foi contratada. Mari, porém, esboçou uma reação e começou a melhorar, mas tinha pouco espaço e logo se machucou.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.