Globo se irrita com apagões e expõe falta de estrutura da Superliga
Os problemas de estrutura dos ginásios da Superliga se repetem a cada ano. Se na temporada passada as goteiras incomodavam, desta vez são os frequentes apagões durante os jogos. A situação tem irritado bastante a Globo, emissora que detém os direitos de exibição do campeonato.
O UOL Esporte apurou que a emissora carioca, que transmite a Superliga em seu canal fechado Sportv, não tem digerido bem os seguidos problemas de iluminação nos ginásios, já que a grade de programação acaba quase sempre sendo 'invadida' e atrasada, pois com as paralisações, as transmissões ficam mais longas. A Globo entrou em contato e pediu formalmente uma vistoria da CBV. A reportagem conversou com pessoas ligadas à entidade e aos clubes, que confirmaram esse pedido do canal.
A Globo tem usado seus apresentadores e narradores para, ainda que discretamente, dar o recado e demonstrar sua insatisfação. Na semana passada, Sérgio Maurício, em Canoas, chegou a dizer "chega de apagão nesta Superliga". No dia seguinte, Tiago Leifert, apresentador do "Globo Esporte", também citou o episódio ao chamar a reportagem sobre a partida em seu programa.
De fato, os problemas têm sido frequentes na principal competição de vôlei do país. Nos playoffs da Superliga masculina deste ano, três partidas sofreram com interrupção por falta de luz, duas delas no confronto entre Sesi x Canoas, pelas quartas de final.
No sábado, dia 8, o ginásio na Vila Leopoldina, em São Paulo, foi afetado pela forte chuva que caiu na capital, e as luzes se apagaram por 20 minutos. Na quinta-feira seguinte, nova falta de luz, desta vez em Canoas, paralisou o jogo por 15 minutos. A assessoria de imprensa da equipe gaúcha explicou que o problema aconteceu por uma sobrecarga do gerador que parou de funcionar.
Já na série entre RJX e São Bernardo, o ginásio Adib Moisés Filho, no ABC paulista, também ficou sem iluminação, e o jogo foi interrompido no segundo set por 30 minutos. O problema ocorreu por um superaquecimento do gerador que o fez parar de funcionar.
“O gerador é movido a óleo diesel e é como um motor de carro. Ele precisa de refrigeração. Teve um problema no termostato, superaqueceu, queimou o gerador e parou de funcionar”, explicou o gerente administrativo e de marketing do São Bernardo, Alexandre Stanzioni.
O regulamento criado pela CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) para a competição tem uma regra para tentar diminuir problemas neste sentido. Em jogos com transmissão, as equipes são obrigadas a usarem o gerador, e não a energia vinda da rede elétrica municipal.
Alexandre Stanzioni acredita que a regra facilita os apagões. Em sua visão, os geradores deveriam ser usados apenas em situações de emergência quando houver queda de energia. “O gerador seria um estepe e não a fonte oficial para manter a energia do ginásio o tempo inteiro, por cinco ou sete horas. Talvez seja mais fácil ele falhar do que a energia elétrica vinda da rua. A meu ver, é um mecanismo de reserva, e não de ativação”, disse.
AR CONDICIONADO QUEBRADO DO MARACANÃZINHO FAZ SASSÁ PASSAR MAL
Um problema estrutural também afetou a semifinal entre Unilever e Sesi pela Superliga feminina. No fim de semana, a ponteira Sassá, do Sesi, teve uma queda de pressão e caiu em quadra devido ao forte calor no ginásio do Maracanãzinho, que está com seu ar condicionado central quebrado por causa de uma enchente que assolou o Rio de Janeiro. Sassá teve dificuldades para respirar e precisou de atendimento médico.
O supervisor do time feminino do Sesi, Renato Tavolare, confirmou que a atleta sofreu um mal-estar em função do calor. “Estava muito quente, transitei pela quadra e o ar não circulava, a arquibancada ainda estava melhor. Estávamos passando por uma temperatura de mais de 30ºC, ela sentiu falta de ar e isso se somou à temperatura elevada. O jogo aconteceu no horário próximo ao meio-dia”.
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