Mari diz que não fala com Zé Roberto há oito meses, mas nega rancor
Mari foi cortada da Olimpíada de Londres no dia 10 de julho de 2012. Desde então, a ponteira não falou mais com José Roberto Guimarães, que alegou questões técnicas para dispensar a atleta 17 dias antes da cerimônia de abertura. Mesmo após oito meses de afastamento, a jogadora nega problemas pessoais com o técnico e não descarta voltar à seleção brasileira de vôlei no futuro.
A última conversa de Mari e Zé Roberto foi no CT de Saquarema. A ponteira voltava da lavanderia com a roupa na mão quando foi abordada pelo técnico, que comunicou o corte. Dois dias depois, ela chamou a imprensa e não escondeu sua mágoa. Insistiu que não concordava com a decisão do treinador, mas que respeitava.
Nos oito meses que se seguiram, eles não conversaram. “Não tive motivo para falar com ele”, disse Mari ao UOL Esporte. Nem a medalha de ouro conquistada na Olimpíada de Londres rendeu uma ligação da jogadora ao técnico. “Estava em um momento meu. Mandei um parabéns geral, disse que estava muito na torcida, mas preferi ficar na minha”, revelou.
Neste período de afastamento, Mari foi para a Turquia jogar no Fenerbahce, ex-clube de Zé Roberto. Mas ficou apenas seis meses e antecipou sua volta ao Brasil após romper ligamentos do joelho esquerdo. A jogadora passará por cirurgia com o médico Ney Pecegueiro no próximo dia 26 e deve ficar parada por cerca de sete meses.
E justamente por causa da lesão, um retorno à seleção brasileira está descartado no momento. Mas não no futuro. “Já passou [o corte]. Não convivo mais com isso. Fiquei chateada, queria fazer parte do bicampeonato, claro, mas não vou me martirizar. É uma coisa que passa”, disse Mari. O discurso não se assemelha nem um pouco às declarações pós-corte. A ponteira detonou Zé Roberto e falou que teria a opção de jogar pela Alemanha.
No entanto, na entrevista coletiva da última segunda-feira, Mari negou o interesse em defender outro país. "Gostaria de deixar bem claro que nunca disse que eu iria jogar na seleção alemã. Minha família e sangue têm ligação com a Alemanha, mas eu só coloco a camisa do Brasil. Não vestiria a de outro país".
Mari ainda fez questão de dizer que não teria problema algum em trabalhar novamente com Zé Roberto. O técnico da seleção brasileira comanda também o Vôlei Amil, equipe de Campinas que chegou às semifinais da Superliga. E a ponteira já deixou claro que quer voltar a atuar no Brasil após a temporada na Turquia. “Tudo vai depender de propostas. Vou para um time que eu me sinta bem. Se for no time do Zé, não tenho problema nenhum”, afirmou.
A jogadora de 29 anos tem contrato com o Fenerbahce até meados de maio e não deve renovar. Mari disse que já foi procurada por alguns clubes brasileiros, mas ainda não está em negociação oficial com nenhum deles. Enquanto se recupera da cirurgia no joelho, ela permanecerá no Rio de Janeiro.
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