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Finalistas da Superliga se irritam com pausa de três semanas

Bernardinho mostrou-se bastante irritado com a longa pausa na Superliga feminina - Alexandre Arruda/CBV
Bernardinho mostrou-se bastante irritado com a longa pausa na Superliga feminina Imagem: Alexandre Arruda/CBV

Luiz Paulo Montes

Do UOL, em São Paulo

03/04/2013 06h00

Quando a bola entrar em jogo no próximo domingo para a decisão da Superliga feminina de vôlei, 22 dias terão se passado desde o último jogo da competição - vitória da Unilever por 3 sets a 0 sobre o Sesi, no Maracanãzinho, no dia 16 de março.

A longa pausa entre as semis e o jogo decisivo não caiu bem entre comissões técnicas, dirigentes e jogadoras dos times finalistas - Sollys/Nestlé e Unilever. O UOL Esporte apurou que, internamente, as reclamações foram diversas em relação ao calendário imposto pela CBV. 

Bernardinho, comandante da equipe carioca, expôs o descontentamento em entrevista ao canal Esporte Interativo. Detonou o calendário e comparou até mesmo com o tempo de preparação que tem em uma Olimpíada.

"É uma paralisação muito longa, uma programação muito mal feita. Três semanas é um tempo absurdo, não tem como ter motivação de trabalhar três semanas para a partida mais importante do ano. Com a seleção brasileira, preparando para as duas ultimas Olimpíadas, não tive três semanas de preparação", esbravejou.

A data escolhida para a realização da partida - 7 de abril, no Ibirapuera, em São Paulo, - foi previamente determinada em comum acordo entre a TV Globo e a CBV. A emissora carioca, detentora dos direitos de transmissão da Superliga, foi, na verdade, quem escolheu a data, de acordo com sua grade de programação.

Procurada, a Comunicação da Globo informou que "todas as definições foram feitas em acordo com a CBV". Já a entidade do vôlei nacional deu resposta semelhante: "O calendário foi definido em conjunto com os detentores dos direitos de transmissão da competição e aprovado por todos os clubes participantes".

"Acho que não tem muita coisa positiva ficar três semanas sem jogar. Esse tempo todo sem jogar é prejudicial para os dois lados, já que é estressante para as duas equipes. Nesse período não há muito coisa para ser modificada e você também perde ritmo de jogo. Nesta situação acredito que temos mais coisas contra do que prós, pois atrapalha na questão da ansiedade e deixa o time sem ritmo", reclamou a central Thaísa, do Sollys.

Os estafes das duas equipes não digeriram a ideia, que veem como 'imposição' da Globo e da CBV. Acreditam que, com a longa pausa, os times ficam quase que esquecidos na mídia. Alguns, inclusive, voltaram a defender que a decisão da Superliga não seja disputada em jogo único, mas sim em uma série melhor de três ou até de cinco partidas.

Luizomar de Moura, técnico do Sollys, aproveitou o longo hiato para recuperar a parte física de suas atletas, que vinham em uma sequência dura de partidas. Na competição, as equipes jogaram quase sempre duas vezes por semana, o que gerou mais reclamação, já que não visão de algumas jogadoras, não havia necessidade de se correr com o torneio e, no fim, ficar três semanas sem jogo.

"Estamos adaptando à realidade, nas últimas Superligas tivemos o máximo de tempo parado de duas semanas. Estamos tentando dentro do possível controlar a ansiedade, não perder ritmo de jogo e chegar bem no dia 7. Cuidamos da parte física, tivemos um carinho especial pelas jogadoras que estavam sobrecarregadas, com dores, e deixamos para o departamento médico sanar", completou.