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Rússia atropela o Brasil, impede o deca e conquista a Liga Mundial

Jogadores russos comemoram ponto durante a vitória contra o Brasil, na decisão da Liga Mundial - AP Photo/Natacha Pisarenko
Jogadores russos comemoram ponto durante a vitória contra o Brasil, na decisão da Liga Mundial Imagem: AP Photo/Natacha Pisarenko

Do UOL, em São Paulo

21/07/2013 21h50

A Rússia, definitivamente, não tem sido um bom rival para a seleção brasileira de vôlei. Neste domingo, por mais equilibrado que o duelo fosse taticamente, o time europeu não tomou conhecimento de Bruninho, Dante e companhia e atropelou o Brasil, conquistando seu terceiro título da Liga Mundial: 3 sets a 0, parciais de 25 a 23, 25-19 e 25-19.

Este foi o terceiro jogo seguido válido por grandes competições em que a Rússia sai vitoriosa. Em 2012, na decisão dos Jogos Olímpicos, virada e vitória por 3 sets a 2. Na última quarta-feira, na abertura da fase final, outro triunfo por 3 sets a 2.

Na última vez que o Brasil chegou à final da Liga tinha sido em 2011, justamente contra a Rússia. O resultado, de novo, foi negativo para o time de Bernardinho: derrota por 3 a2 em Gdansk, na Polônia. Com a derrota deste domingo, a seleção brasileira perdeu mais uma vez a oportunidade de conquistar seu décimo título da competição.  

Até hoje, em jogos válidos pela Liga Mundial, são 30 jogos entre as duas equipes, com 18 vitórias brasileiras e 12 dos russos. Em finais do torneio, porém, o retrospecto é igual. Nos três títulos que conquistaram, todos foram sobre o Brasil - 2002, em Belo Horizonte, 2011 na Polônia e neste domingo. O time de Bernardinho também foi campeã três vezes em finais contra eles.

O clássico começou de maneira estranha para um jogo deste nível. Com quatro erros dos russos, o Brasil abriu 5 a 0 e obrigou os rivais a pedirem tempo para se reorganizar. A parada deu mais do que certo:  a Rússia equilibrou o jogo e passou à frente com 11 a 9.

Wallace, disputando sua primeira final como titular, esteve sumido ao longo de toda a parcial. Com seu principal atacante ‘fora de sintonia’, o Brasil sofreu e viu os rivais abrirem quatro de vantagem.  Por mais que Lucarelli tenha tido bons momentos na parcial, não foi o suficiente para conseguir a virada, apesar de uma reação tardia. E foi justamente em um bloqueio no camisa 8 que os russos fecharam o set:  25 a 23.

O segundo set teve um cenário parecido com o do primeiro, mas contrário ao Brasil desta vez. Wallace de novo começou mal, foi bloqueado duas vezes e ajudou o time europeu a abrir rapidamente uma vantagem de quatro pontos. Lucarelli, de só 21 anos, chamou a responsabilidade no ataque para ajudar a diminuir a diferença para dois. Mas novo erro de Wallace, que atacou para fora, elevou outra vez para quatro.

O Brasil parecia tenso dentro do jogo. Bruninho, experiente, não conseguia encaixar a distribuição de jogadas, já que os atacantes tinham dificuldades para pontuar. Os russos se aproveitaram do mau momento e se distanciaram no marcador – 16 a 11 e 19 a 12. Os comandados de Bernardinho esboçaram reação (21 a 17), mas o set já tinha ido embora. Em uma crava do central Muserskiy, o time fechou em 25 a 19 e ficou a um set do título.

Para tentar reverter a situação adversa, Bernardinho mudou o time. Tirou Bruninho de quadra e colocou William, apostando no entrosamento do levantador com o oposto Wallace – os dois jogam juntos no Sada Cruzeiro há três anos.  Aí o que começou a fazer a diferença foi o saque russo, especialmente nas mãos de Sivozhelez. 

NÚMEROS DA DECISÃO ENTRE BRASIL X RÚSSIA

 BRASILRÚSSIA
PONTOS DE ATAQUE3146
PONTOS DE BLOQUEIO27
PONTOS DE SAQUE25
ERROS1726
MAIOR PONTUADORLucarelli (8 pontos)Pavlov (22 pontos)

Bernardinho tentou tudo, mudou levantador, oposto, pontas, deu tapa em microfone, mas nada adiantou. Os jogadores pareciam perdidos em quadra e assistiam a um passeio russo no ginásio Islas Malvinas, em Mar Del Plata. 

Leandro Vissotto, que desfalcou o time nas duas últimas partidas, entrou e tentou dar um ânimo a mais para a equipe nacional. Em ataques potentes, ajudou a vantagem a cair de sete para quatro pontos por duas vezes. Mas a ameaça de reação foi tardia demais. Os russos tiveram o trabalho apenas de virarem algumas bolas para chegarem à terceira conquista da Liga Mundial. Ao Brasil, mais uma vez, coube lamentar a perda do decacampeonato.