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De volta ao vôlei brasileiro, Érika busca novo amor e futuro na mídia

Brasileira Erika posa para calendário de seu time de vôlei, o Sopot, da Polônia - Reprodução/Twitter
Brasileira Erika posa para calendário de seu time de vôlei, o Sopot, da Polônia Imagem: Reprodução/Twitter

Guilherme Costa

Do UOL, em São Paulo

23/07/2013 06h00

Aos 33 anos, a jogadora de vôlei Érika Coimbra resolveu mudar radicalmente de vida. A ponteira deixou o Atom Sopot em maio deste ano, quando acabou a liga da Polônia, e acertou com o recém-criado time de Brasília para a próxima edição da Superliga feminina. A volta ao país natal reavivou projetos pessoais da atleta, que pretende estudar jornalismo e encontrar um novo amor.

“Estou voltando para casa e estou muito feliz com isso”, relatou Érika. “Quando acabou a liga da Polônia eu falei que queria ter vida nova e um amor novo. Estava pronta para voltar ao Brasil”, completou a ponteira, que terminou recentemente um relacionamento de três anos com um francês.

A volta ao Brasil já fazia parte dos planos da jogadora no ano passado, mas nenhuma das propostas que ela recebeu na época foi suficientemente sedutora. Érika Coimbra preferiu assinar com o Atom Sopot e prolongar o distanciamento do país de origem – ela não disputa a Superliga desde 2010.

Neste ano, o desejo de voltar estava mais forte. Isso chegou a preocupar a ponteira: “Estava meio ansiosa. Eu tinha recebido propostas que não achava ideais até que apareceu o Brasília. Achei interessante”.

O novo time de Érika representará a volta da capital federal à Superliga. Brasília não tem um representante no campeonato desde o fim da temporada 2005/2006, quando o Brasil Telecom encerrou as atividades.

O projeto de Brasília tem sido comandado pelas ex-jogadoras Leila e Ricarda, com supervisão de Sérgio Negrão. Inicialmente, Érika Coimbra fará parte do tripé principal da equipe. As outras referências serão a ponteira Paula Pequeno e a oposto Elisângela.

“Quando eu vi o time que eles estavam formando, falei que era preciso contratar uma meninada. Chegaram a falar da [meio-de-rede norte-americana] Danielle Scott, mas o time ia ter uns 200 anos. Eu disse que já havia muitas velhas. Precisávamos de uma garotada nova”, brincou Érika.

A ponteira será apresentada no Brasília nesta terça-feira. Ela esteve no Rio de Janeiro até segunda para trabalhar como comentarista do canal “Esporte Interativo” na Liga Mundial de vôlei masculino.

A experiência na mídia, aliás, é outro dos projetos da atleta. Uma das ideias de Érika no retorno ao Brasil é aproveitar o tempo livre para iniciar um curso de jornalismo.

“É meu sonho. É uma ideia que surgiu há pouco tempo. Comentei alguns jogos para a TV e participei de alguns programas. As pessoas sempre falaram que eu tenho uma imagem bonita, que eu sou articulada, e isso me levou a pensar. Eu sei que preciso estudar, fazer cursos, mas estou com essa vontade”, explicou a jogadora.

Érika está no Brasil há cerca de dois meses, desde o término da liga polonesa. No período de férias, a ponteira chegou a ajudar a diretoria de Brasília em negociações com atletas.

“Como a verba saiu um pouco tarde, as estrangeiras já haviam acertado com outras equipes. Jogadoras de alto nível sempre acertam em abril ou maio. Eu até tentei ajudar”, contou a jogadora. Brasília cogita ter até três atletas internacionais (uma levantadora e duas meio-de-rede), projeto que mantém a diretoria atenta ao mercado.

Entre o sonho com o jornalismo e a experiência precoce como dirigente, porém, Érika diz que ainda não começou a pensar em quando vai deixar as quadras. “Quando eu era jovem, fazia muitos planos sobre isso. Só que eu sou apaixonada pelo voleibol e pelo que eu faço. Então, quanto mais o meu tempo fica curto, mais eu tenho vontade de me dedicar e menos eu tenho vontade de parar. Enquanto eu achar que não tenho dores, acho que posso seguir”, ponderou a atleta.

A única aposentadoria que já faz parte do cotidiano de Érika é a da seleção brasileira. Medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Sydney-2000, a ponteira não enxerga mais o time nacional como objetivo pessoal: “Independentemente de estar bem ou mal, acho que todo mundo tem seu tempo. Eu continuo jogando em alto nível, mas só vou ficar na torcida pelas meninas que são minhas amigas e pelas que estão chegando. Sempre amei a camisa, mas meu momento passou”.

O momento de Érika é de retomada. Quando saiu do Brasil, a ponteira passadora era a maior pontuadora da história da Superliga. Ela foi ultrapassada exatamente por Elisângela, companheira de time no novo Brasília: “Vai ser legal para nós duas brincarmos. Vai ser uma motivação para ambas, e isso pode ajudar toda a equipe”.

Além disso, a fase de Érika é de desenhar o futuro. A despeito de não fazer planos de aposentadoria, a ponteira já cogita interromper a carreira em nome da maternidade: “Mas ainda vai demorar uns três ou quatro anos”.

Antes de ser mãe, Érika precisa encontrar um novo namorado. Ela está com alguém há 45 dias, mas ainda é reticente para falar sobre o affair. “A gente ainda vai conversar, mas eu estou de portas abertas”, encerrou a ponteira.