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Gilsão usa Mão de Pilão como marca e lembra pedido de narrador por apelido

Gilsão Mão de Pilão conquistou a Liga Mundial de 2002 com a seleção brasileira - Divulgação/Ulbra
Gilsão Mão de Pilão conquistou a Liga Mundial de 2002 com a seleção brasileira Imagem: Divulgação/Ulbra

Luiz Paulo Montes

Do UOL, em São Paulo

07/10/2013 06h00

"Gilsãããão Mão de Pilão" era uma das expressões mais carismáticas nas transmissões de vôlei na década de 90. Criada pelo falecido narrador Marco Antonio Mattos, fazia referência ao oposto Gilson, que defendeu a seleção brasileira durante muitos anos e tinha um poderoso ataque, que o fez ser conhecido com um dos melhores atacantes e frequentemente figurava nas listas de maiores pontuadores.

De tão usada, ficou difícil desassociar o ex-jogador de seu apelido.  Tanto é que em 1996 o então jogador da seleção passou a usar seu apelido como marca. Criou uma marca de material esportivo chamada Mão de Pilão, extinta em 2003, quando passou, então, a dar nome a um projeto social.

Hoje aposentado, GIlsão, aos 45 anos, se formou em gestão aplicada em esporte e comanda a Associação Mantenedora do Projeto Mão de Pilão, focada em esporte paraolímpico (judô e vôlei de alto rendimento). Além disso, o ex-jogador presta consultoria esportiva para clubes. Apesar de muito conhecido por seu apelido, ele diz que nunca pensou em fazer marketing em cima disso.

“Até existia marketing naquela época, mas eu não estava preocupado com isso. Não tinha esse pensamento profissional. O jogador tem que ter a cabeça muito boa, se preocupar só em jogar. Hoje em dia se preocupam muito com isso, mas não dão resultados em campo”, afirmou Gilsão, em entrevista ao UOL Esporte.

A relação entre o ex-jogador, campeão da Liga Mundial de 2002 com a seleção, com o narrador Marco Antonio Mattos ficou muito próxima. O profissional da TV Bandeirantes, antes de o apelido se tornar um 'viral', pediu autorização para Gilsão para chamá-lo de Mão de Pilão. Explicou que fazia referência à força. Ganhou o aval e o carinho do atleta.

"Ele pediu licença para me dar esse apelido, e eu autorizei. Foi bacana. Não teve nada de ruim, ninguém zoava. Ele conversou comigo para saber o que eu achava, e implicava força, implicava decisão, e a posição que eu jogava pedia isso. Então não vi nenhum problema", relembra o ex-oposto.

Fora de quadra e lado a lado em algumas competições, os dois se tornaram amigos. Em 2004, porém, quando Marco Antonio faleceu, em um acidente automobilístico, Gilsão não pôde prestar condolências à família. Estava em reta final de temporada no Japão e só tomou ciência do ocorrido algum tempo depois. 

"A gente era muito amigo, saíamos juntos para conhecer lugares. Eu estava no Japão, fiquei sabendo um mês depois. Não deu para ter contato com a família, mas sempre agradeci a ele, externei meus sentimentos pelo carinho comigo", declarou.

Já em fim de carreira, Gilsão teve a experiência de ser jogador e presidir uma equipe ao mesmo tempo. Na temporada 2009/2010, era o dirigente máximo da Ulbra, que disputava a Superliga. Foi a maneira que ele se despediu das quadras e passou a se focar totalmente em seu projeto.

"Fiz uma carreira muito vitoriosa, que fala por si só pela trajetória. Os resultados que tive foram muito bons, minha trajetória fora do país foi marcante. E é interessante representar teu país, teu povo. Foi gratificante. Hoje estou lutado para o esporte no Rio Grande do Sul com uma gestão profissional e com responsabilidade", finalizou.