Comissão de atletas procura Paulo André para criar Bom Senso do vôlei
A criação do movimento “Bom Senso F.C” pelos jogadores de futebol impulsionou atletas de vôlei a buscarem algo parecido. Descontentes com uma série de fatores no vôlei brasileiro fez com que a Comissão de Atletas, criada há cerca de um ano, procurasse o zagueiro Paulo André, um dos líderes do movimento, para ajudar na montagem de um “Bom Senso do vôlei”.
Bruninho, levantador do RJ Esportes e da seleção brasileira, foi quem procurou o zagueiro corintiano para um contato inicial sobre o tema. Paulo André se colocou à disposição para ajudar os jogadores de vôlei e marcou uma conversa futura para avançarem a discussão.
“Apoiamos (o movimento). O esporte brasileiro precisa evoluir. Copa do Mundo e Olimpíada estão aqui para nos ajudar a buscar legados esportivos para sociedade e, já que os dirigentes não se mexem, os atletas devem se movimentar. O Bruninho é um grande amigo, que me procurou para entender como estruturamos o nosso movimento. Marcamos de nos encontrar para falar sobre o futuro”, afirmou o zagueiro, em entrevista ao UOL Esporte.
Gustavo Endres, central do Canoas e outro que está à frente da Comissão, declarou que os objetivos do movimento no vôlei são bastante parecidos com a luta que os jogadores de futebol têm travado, inclusive com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), por mudanças de calendário, especialmente. No vôlei, porém, o ‘carro-chefe’ deverá ser a luta contra atrasos salariais.
“Queremos calendário melhor, maior visibilidade, precisamos disso para nossos patrocinadores. E tem equipes com falta de pagamento. Não pode isso em uma competição do tamanho da Superliga. Estamos nos unindo, lutando, cobrando a CBV para ter posições mais fortes, que peçam garantias aos clubes de que cumprirão o que é acordado com os atletas”, explicou o experiente meio de rede.
No Bom Senso F.C, que já conta com mais de mil atletas participantes, o que mais tem despertado a atenção são os constantes protestos, realizados nas últimas rodadas do Brasileirão. No vôlei, a ideia já está sendo pensada para uma rodada próxima da Superliga. E nem mesmo uma greve, cogitada nos campos, é descartada por Gustavo.
“Estamos nos organizando quanto a isso (protestos). Vamos achar um modo que funcione bem no vôlei. Tivemos algumas ideias, mas não sei qual vamos escolher. Queremos que todos vejam que não estamos satisfeitos com o que está acontecendo, especialmente quanto ao fair play financeiro. Vamos protestar. Mas não queremos denegrir imagem de patrocinador, então os jogadores estão conversando com suas equipes para não ter problemas”, disse.
“Com certeza, se não tiver fair play financeiro justo, com certeza adotamos essa ideia de greve em pauta. Mas essa é a mais drástica das ideias. Esse ano o calendário foi muito difícil, tivemos interrupção (para a Copa dos Campeões de seleções). Na próxima temporada esperamos que seja um calendário direto e melhor”, completou.
Segundo Gustavo, as duas equipes que estão em atraso com seus jogadores são Montes Claros e RJ Esportes. Esta última, aliás, tem sofrido bastante desde o início da temporada. Eike Batista, que patrocinava o atual campeão da Superliga com uma de suas empresas, retirou o aporte financeiro. Assim, seis atletas e membros da comissão técnica estão com três meses de salários atrasados – inclusive Bruninho, Leandro Vissotto e Thiago Alves, da seleção brasileira.
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