Ministro pede investigação na CBV e alerta contra julgamentos precipitados
Em visita nesta sexta-feira a cidade de Santos, que receberá as seleções de México e Costa Rica na Copa do Mundo, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, pediu investigações sobre as denúncias de irregularidades nos contratos de patrocínio da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) com o Banco do Brasil. No entanto, Rebelo alertou contra julgamentos precipitados sobre o escândalo, principalmente por causa do alto investimento da estatal na modalidade.
"Nós temos acompanhado (o caso) porque a Confederação Brasileira de Vôlei sempre foi vista como paradigma de êxito não só dentro de quadra, com as seleções masculina e feminina, mas fora, desde a Olimpíada de 1992. Sabemos que eles têm uma participação forte do Banco do Brasil, que entra com recursos elevados, que há um grande centro de treinamento construído no Rio de Janeiro, e, quando aparece uma notícia assim, é importante que o governo não se precipite com julgamentos. Esses episódios exigem esclarecimentos até que a denúncia seja totalmente investigada", afirmou Aldo Rebelo.
"Esperamos que algumas coisas sejam esclarecidas. O Ministério do Esporte quanto as suas leis de incentivo, o Tribunal de Contas e o Comitê Olímpico também já se manifestaram, além da própria Confederação e do Banco do Brasil. Esses episódios o que exigem? Esclarecimento e investigação para que as denúncias sejam sanadas e onde há dinheiro público para que os órgãos de controle se manifestem", completou.
A Confederação Brasileira de Vôlei anunciou nesta sexta-feira a renúncia de Ary Graça da presidência da entidade. O dirigente estava licenciado nos últimos meses por ter assumido também o comando da Federação Internacional de Vôlei, cargo em que seguirá atuando.
A notícia coincide com a série de denúncias envolvendo a CBV, em um dossiê. De acordo com reportagens divulgadas pela ESPN, dois ex-dirigentes da CBV - Marcos Pina e Fábio André Dias Azevedo - receberam R$ 10 milhões cada para intermediar contratos de patrocínio da entidade com o Banco do Brasil. Após a divulgação da reportagem, Pina deixou a superintendência geral da CBV e a entidade anunciou uma auditoria.
Segundo o blogueiro do UOL Erich Beting, é Bernardinho, técnico da seleção masculina de vôlei, um dos responsáveis pelo dossiê.
"A 'faxina’ dentro da CBV começou em meados do ano passado, com algumas mudanças de rumo dentro da instituição, mas se intensificou em setembro, quando os principais aliados de Ary Graça no comando da CBV foram forçados a deixar seus cargos (José Fardim e Fábio Azevedo, antigos superintendentes executivos, deram lugar a Marcos Pina, que já estava na entidade)", explicou Beting.
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