Ary Graça chama críticos de "covardes" e diz que denúncias à CBV são falsas
O presidente da FIVB (Federação Internacional de Vôlei), Ary Graça, divulgou uma nota nesta quarta-feira (26) respondendo às denúncias de irregularidades na CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) quando esta era comandada pelo dirigente.
Graça disse que a CBV nunca pagou por intermediação pelo contrato de patrocínio com o Banco do Brasil, mas admitiu que empresas terceirizadas participaram da negociação “pelo lado da CBV”, segundo ele.
O dirigente disse que o valor pago às empresas fica “entre 3% e 4%” do total do contrato com o Banco do Brasil pela “performance do que foi conquistado”. Ele chamou as denúncias de falsas. “Só posso atribuí-las a covardes e invejosos que se acobertam no anonimato da fonte não revelada”, acrescentou.
A ESPN divulgou recentemente que dois ex-dirigentes da CBV - Marcos Pina e Fábio André Dias Azevedo - receberam R$ 10 milhões, cada um, para intermediar contratos de patrocínio da entidade com o Banco do Brasil. Após a divulgação da reportagem, Pina deixou a superintendência geral da CBV e a entidade anunciou uma auditoria.
O Banco do Brasil chegou a emitir um comunicado oficial sobre as denúncias de irregularidades na CBV. A estatal condicionou a continuidade do patrocínio à confederação ao esclarecimento dos fatos denunciados.
Veja, na íntegra, a nota de Ary Graça:
Prezados colegas e amigos da Confederação Brasileira de Vôlei,
Muitas notícias inverídicas vêm sendo divulgadas pela mídia recentemente, em uma tentativa de atingir não somente a minha pessoa e a de colaboradoras da CBV, mas o voleibol brasileiro como um todo. Essas notícias em muito me entristecem, pois encobrem o excelente trabalho feito em prol do nosso esporte.
Por isso quero me dirigir diretamente a vocês, com quem convivi por tanto tempo, e prestar esclarecimentos a fim de que não restem dúvidas quanto à integridade de todos os profissionais envolvidos na negociação do patrocínio do Banco do Brasil.
- Durante a minha gestão, a CBV jamais pagou qualquer remuneração a título de intermediação ou comissionamento pelo contrato com o Banco do Brasil. As empresas citadas participaram da negociação pelo lado da CBV e foram responsáveis pela grande elevação de patamar do patrocínio. Os valores que vêm sendo citados são inverídicos, o que pode ser comprovado no sistema contábil da CBV. O valor fica entre 3% e 4% do total do contrato, distribuídos entre todas as empresas envolvidas, por serviços prestados e que só foram pagos em razão da performance do que foi conquistado.
- O balanço da CBV de 2012 foi auditado e aprovado pela KPMG e todos os contratos mencionados foram contabilizados de forma transparente neste período.
- Está correta a informação de que o contrato entre a CBV e o Banco do Brasil foi negociado diretamente entre as partes. Mas é preciso esclarecer que os valores pagos se referem a dois anos de extensas negociações entre a Confederação e o Banco do Brasil para a renovação do contrato até 2017. Trata-se do maior contrato de sua história, excelente para ambas as partes e que viabiliza a continuação do crescimento e sucesso do voleibol brasileiro.
- Como em todos os contratos de vulto, este também requereu uma negociação complexa, com grande prospecção pela CBV no mercado de marketing esportivo brasileiro, contatos com diversos outros patrocinadores e muitas outras negociações conduzidas até que se chegasse ao resultado.
- As informações que vêm sendo divulgadas causam dano irreparável à imagem do voleibol brasileiro, que tem reconhecidamente uma gestão vencedora dentro e fora das quadras. Mais ainda, denigrem sobremaneira e atingem diretamente excelentes profissionais, sérios e competentes.
- Durante toda a minha gestão, utilizei todo o aprendizado que obtive em cargos de lideranças em grandes empresas brasileiras, implementando na CBV, desde o início, uma agressiva política de bonificação em todos os níveis, dentro e fora das quadras. Apenas como exemplo, os atletas das seleções brasileiras receberam nos últimos anos mais de R$ 118 milhões de direitos de imagem e premiações por seu desempenho dentro das quadras - isso ninguém questiona.
- Funcionários de todos os níveis da instituição receberam bonificação semestral conforme seu desempenho, chegando a receber 17 (dezessete) salários anuais pelos excelentes trabalhos realizados - isso ninguém questiona.
-Da mesma forma, as empresas terceirizadas, receberam por desempenho por ter atingido meta estabelecidas, sendo tais metas bem acima do jamais conquistado em termos de patrocínio - isto estão questionando e inferindo valores inverídicos.
- Cabe esclarecer também que eu já me encontrava licenciado, tendo entregado minha carta de renúncia definitiva em 20/12/2013 ao Presidente Walter Pitombo Laranjeiras e que a mesma somente foi comunicada em 15/03/2014 na Assembleia Geral Ordinária da CBV.
- Lamento profundamente tais falsas imputações e só posso atribuí-las a covardes e invejosos que se acobertam no anonimato da fonte não revelada, para manchar a honra de um vencedor que sempre dirigiu a CBV de forma transparente e se dedica ao vôlei integralmente, passando longos períodos longe de seus familiares.
Espero ter conseguido esclarecer as dúvidas de todos. Saibam que sou e sempre serei um amigo e defensor ferrenho do vôlei brasileiro.
Ary Graça
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