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Técnico da Alemanha pede inseparável papel e brinca ao não ser perguntado

Vital Heynen segura o papel das estatísticas, seu fiel parceiro no Mundial de vôlei - José Ricardo Leite/UOL
Vital Heynen segura o papel das estatísticas, seu fiel parceiro no Mundial de vôlei Imagem: José Ricardo Leite/UOL

José Ricardo Leite

Do UOL, em Katowice (Polônia)

03/09/2014 11h11

Vital Neynen, técnico da seleção da Alemanha, em apenas dois jogos já é um dos maiores personagens do Mundial masculino de vôlei, que está sendo realizado na Polônia. Dentro de quadra, não para um segundo sequer na mesma posição.

Impossível vê-lo ficar quieto a cada ponto que sai. Ou conversa com a comissão técnica, ou com jogadores de dentro da quadra ou até com os que estão do lado de fora. Enquanto os pontos são disputados, joga sua prancheta de um lado para o outro, coça a cabeça, a perna...em certo momento foi até o lado de trás da quadra falar com jogadores que se aqueciam enquanto rolava o jogo.

O treinador belga lembra um pouco o estilo do técnico Bernardinho, de quem já se disse fã e procura sempre conversar para trocar ideias e se aperfeiçoar. “Ele é um cara que nos motiva demais, e esse estilo dele é muito positivo. Ajuda o time quando tem uma baixa e nos deixa ligado o tempo todo. Lembra até o estilo do Bernardo Rezende (Bernardnho) ao comandar o Brasil”, falou o jogador alemão Denys Kaliberda.


Na segunda-feira, após a derrota para o Brasil por 3 a 0, o treinador foi questionado sobre o jogo na coletiva de imprensa. De forma irônica, apenas mostrou o papel com estatísticas da partida em sua explicação. “Olhem isso, o Brasil foi melhor em todos os fundamentos; ataque, defesa, bloqueio, saque e recepção”, falou.

Nesta quarta, viu seu time passar fácil pela seleção cubana por 3 a 0. E ao ter que comentar o resultado, voltou a usar do bom humor e fez menção ao mesmo papel. “Tenho um problema... não tenho o papel de estatísticas....as estatísticas devem mostrar que nós jogamos de forma fantástica”, brincou.

Para sua felicidade, enquanto o técnico cubano Rodolfo Sanchez falava, ele recebeu o papel com as estatísticas. “Foi especialmente pra mim, obrigado. Ainda tenho dez minutos para lê-lo e poder comentar”, falou, aos risos.

Depois, parabenizou o treinador rival pelo difícil trabalho que tem ao comandar um time de Cuba renovado e com muitos jovens e apontou o que fez a diferença no jogo. Para isso, pediu a palavra enquanto as perguntas eram destinadas somente a Sanchez.

“Já que ninguém me pergunta, vou falar sobre o time dele. É um time com muito potencial e que está vindo aqui para aprender. Endureceram o jogo no primeiro set”, falou. “Claro que sobre o papel é uma brincadeira. Mas Cuba tem um bloqueio muito bom. Mas o nosso bloqueio estava funcionando muito bem hoje. Conseguimos neutralizá-los e impedi-los de atacar”, explicou.

A Alemanha é considerada a segunda equipe mais forte do Grupo B, que tem também Cuba, Tunísia, Coreia do Sul e Finlândia. Os alemães perderam para os brasileiros e venceram os cubanos até agora.

O Brasil, grande favorito para ser líder da chave, fez apenas uma partida e nesta quarta-feira joga a segunda, diante da fraca Tunísia. Os quatro primeiros colocados avançam para a segunda fase, mas os dois primeiros terão um caminho teoricamente mais fácil, ao cruzar com terceiros e quartos colocados de outras chaves.