Mulheres não podem ver jogos de vôlei no Irã. E protestam no Mundial
País conhecido mais por suas tensas relações diplomáticas com algumas das principais potências do mundo do que por louros no esporte, o Irã virou o time sensação no vôlei em 2014 por seus bons resultados e mantém a boa fase no Mundial disputado na Polônia. São duas vitórias até agora em seu forte grupo, contra as potências Itália e Estados Unidos.
A visibilidade que o time e a competição despertam está sendo usada por algumas mulheres do país como motivo para protestar contra o fato de o público feminino ser proibido de assistir partidas de vôlei dentro do país asiático.
Durante os dois primeiros jogos, algumas mulheres estenderam faixas para reivindicar o direito de poder ver partidas. Nesta quinta, contra a França, mais uma torcedora apareceu para protestar e usou uma camisa que pedia o direito de mulheres poderem presenciar as disputas.
Pandis Sadeghi acompanhava a partida ao lado de seu marido. Ambos já se mudaram do Irã e vivem hoje na cidade de Colônia, na Alemanha. “Só volto para lá o dia que o regime mudar e muito. O governo tem atitudes muito incompreensíveis. As mulheres dos governantes podem assistir, né?”, reclamou. “Mas mesmo sem morar lá vou ajudar as mulheres iranianas nessa questão.”
A polêmica decisão teve início em junho, quando o Irã disputava dois jogos em casa contra a Itália pela Liga Mundial. Segundo o site de notícias local Khabaronline, a polícia impediu a entrada não só de torcedoras, mas também de jornalistas iranianas credenciadas para aquelas partidas. Nos jogos anteriores, as torcedoras ficaram em frente ao ginásio fazendo protestos.
Segundo a imprensa local na época, Shahindokht Molaverdi, vice-presidente encarregado da Família e das Mulheres protestou na época contra a proibição, alegando que não existia até então para jogos de vôlei.
As mulheres iranianas são proibidas de acompanhar jogos de futebol oficialmente por causa do comportamento obsceno de torcedores homens.
O Irã vem há cerca de dez anos trabalhando para ser uma das potências do vôlei por meio do incentivo de intercâmbio com países com tradição no esporte, como o Brasil, e foram campeões mundiais sub-19 em 2007. Formou uma boa geração que neste ano colheu seu principal resultado no âmbito profissional, que foi chegar até as semifinais da Liga Mundial e terminar na quarta colocação.
Comandados pelo sérvio Slobodan Kovac, campeão olímpico em 2000 pela Iugoslávia, venceram o tricampeão mundial Brasil três vezes em cinco jogos na Liga deste ano. Antes de Kovac, o time foi treinado pelo renomado argentino Julio Velasco, bicampeão mundial e penta da Liga com a Itália na década de 90.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.