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Família esportista faz técnico francês se dividir entre vôlei e basquete

Laurent Tillie, técnico, ex-atleta e pai de três jogadores - José Ricardo Leite/UOL
Laurent Tillie, técnico, ex-atleta e pai de três jogadores Imagem: José Ricardo Leite/UOL

José Ricardo Leite

Do UOL, em Cracóvia

05/09/2014 06h00

O mês de setembro é de fortes emoções para o francês Laurent Tillie, 50 anos. Se não bastasse a pressão para tentar conduzir sua seleção a um inédito título mundial de vôlei em um grupo difícil na primeira fase, vivencia como pai a tensão por momentos importantes também para dois de seus filhos no esporte. Tem que ser um "super pai" para criar tantos esportistas e aguentar os dias de decisão.

Um deles é um caso semelhante ao que ocorre na seleção brasileira masculina, em que o técnico Bernardinho comanda o filho Bruninho, capitão e levantador titular da equipe atual tricampeã mundial. Na França, Laurent Tillie é o chefe do filho Kevin, de 24 anos, ponteiro do time.

Com Kevin tudo ainda é mais fácil, porque juntos dividem e emoção, alegria ou frustração dos resultados obtidos no Mundial. Mas com o filho Kim ele precisa de um celular para acompanhar seus resultados. Isso porque o garoto é jogador da seleção francesa que disputa o Mundial de basquete,  competição que está sendo disputada na Espanha.

Logo depois da França bater o Irã por 3 a 1 no vôlei, na quinta-feira, em Cracóvia, Laurent já questionou: “A França está jogando contra o Irã também lá no Mundial de basquete. Sabe quanto foi? Preciso ver agora. E você é do Brasil, ganharam da gente lá no basquete no primeiro dia”, brincou.

Se não bastasse isso, Laurent tem ainda outro filho, Killian, que até o último domingo estava disputando o Campeonato Europeu sub-16 de basquete. No mesmo final de semana, o pai e os três filhos tiveram compromissos pela seleção nacional. “Imagine como foi esse fim de semana pra mim. Foi muito duro. Mas Killian já acabou. Foi campeão e eleito o MVP (melhor jogador) do torneio”, falou, orgulhoso.

“É uma situação difícil como profissional e por ser pai. Mas claro que o meu foco é no vôlei. Ao mesmo tempo que tenho que fazer meu trabalho, quero acompanhar como eles estão”, explicou. “Acabo usando os jogos de basquete até para relaxar e tirar um pouco da tensão que acabo tendo por aqui”, continuou.

Além de ser técnico da seleção francesa e pai de três jogadores que representam o país em dois esportes diferentes, Laurent Tillie foi jogador do time nacional de vôlei na década de 80 e jogou duas edições de Jogos Olímpicos, em 1988 e 1992.

Se acha que a relação da família Tillie com o esporte para por aí, calma que tem mais. Seu pai, Guy, é ex-jogador de vôlei. Sua mulher foi jogadora da seleção holandesa de vôlei e seu irmão representou o país nos Jogos Olímpicos de Barcelona em 1992 no polo aquático.

Junto do filho Kevin, Laurent ganhou dois dos três jogos até agora no Mundial de vôlei. No grupo mais equilibrado do campeonato, a França venceu Porto Rico e Irã e perdeu para Itália. Ainda jogará contra Bélgica e Estados Unidos (quatro se classificam para a segunda fase).

Já no basquete o filho Kim, que atua no Saski Baskonia, da Espanha, está classificado para as oitavas de final e acabou em terceiro em um grupo que tinha a anfitriã Espanha, Brasil, Sérvia, Irã e Egito. No mata-mata a seleção francesa irá jogar contra a Croácia.