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Brasil vira metade do Mundial como o melhor. E agora vem os jogos que gosta

China foi o último adversário de menor tradição - Divulgação/FIVB
China foi o último adversário de menor tradição Imagem: Divulgação/FIVB

José Ricardo Leite

Do UOL, em Katowice (Polônia)

11/09/2014 18h08

A fácil vitória do Brasil sobre a China por 3 sets a 0, nesta quinta-feira, em Katowice, foi a sétima vitória seguida da equipe que passou por mais da metade do caminho necessário para conquistar de forma inédita o tetracampeonato mundial de vôlei. Até agora, somente o time de Bernardinho e a Rússia ganharam todas suas partidas. Mas os tricampeões mundiais perderam apenas três sets, contra quatro dos russos.

Praticamente classificada para a terceira etapa, a equipe brasileira terá mais seis jogos a fazer no total se passar da terceira fase e chegar até a decisão. E, a partir de agora, o caminho será só de adversários considerados “pedreiras”.  A China foi o último rival de nível técnico mais frágil.

O Canadá, rival do próximo sábado, às 11h30 (horário de Brasília), é, na teoria, o de menor tradição. Mas ainda assim se classificou como segundo colocado de sua chave na primeira fase e perdeu apenas para a Rússia. Disputa com unhas e dentes uma das outras duas ou até uma vaga da próxima fase (se os russos confirmarem seu favoritismo) e fará do jogo contra o Brasil sua derradeira chance.

Depois disso, o Brasil encara a Rússia, na partida de maior rivalidade atualmente dentro do esporte e que reúne os atuais campeões mundiais contra olímpicos. A partida tem tudo para valer a primeira colocação da chave e diferentes caminhos na terceira etapa. Apesar de sempre ressaltarem que antes pensam no Canadá, os jogadores classificam o jogo contra os russos como aquele que todo atleta gosta de jogar.

“Querendo ou não é uma outra motivação jogar contra eles (russos). Tudo que pudermos pegar de motivação é válido, mesmo que jogar contra a Rússia e sendo daqui a três dias. É uma motivação incrível”, falou o levantador Raphael.

“A Rússia é nosso adversário eterno nos últimos anos, com certeza pensamos na Rússia antes de começar o torneio. O Canadá vem jogando bem e temos que fazer nossa parte, entrar e jogar bem para vencê-los. Mas um pouco sim, nós pensamos na Rússia, mas vamos por etapas”, disse Leandro Vissotto.

“Acho que todo jogo que você sabe que é bem difícil é bom. Quando você ganha, sabe que bateu uma equipe boa. Acho que todo jogo que é difícil é muito prazeroso. A Bulgária era pra ser difícil, mas acabou não sendo tanto. Agora temos o Canadá que é um bom time, mas com certeza a Rússia é o mais difícil. Mas agora é Canadá (que pensamos), a Rússia só no domingo”, alertou Lucarelli.

E o Brasil até agora demonstra mais concentração e melhor performance em jogos mais duros. Desde o início do torneio, a seleção de Bernardinho fez suas melhores partidas naquelas que eram consideradas as mais difíceis por nível técnico, como contra Alemanha, Bulgária e Finlândia. Passou apuros contra a fraca Coreia do Sul, quando precisou do tie-break para vencer, e diante do novato time de Cuba, que ganhou um set.

“É um tipo de jogo que você mentalmente acaba abaixando a guarda. De uma maneira mais tranquila é fácil e acaba baixando a concentração”, falou Leandro Vissotto ao analisar a vitória sobre a China, por exemplo.

Na terceira fase, virão rivais de alto nível e que vivem uma verdadeira batalha pelas três vagas. Irã, França, Estados Unidos, Séria, e a anfitriã Polônia vão decidir apenas no domingo quem passa. A Itália já foi eliminada.

O elenco brasileiro agora aposta em manter a concentração dos jogos difíceis até então para a reta final seis partidas. “Fica muito mais difícil (bater o Brasil focado), se estivermos 100% concentrado,  virmos cada bola como uma chance de reverter uma situação. É importante sempre estar focado”, disse Raphael.

O Brasil lidera o Grupo F, com 15 pontos, um a mais do que a Rússia. As duas equipes venceram todas as suas sete partidas até agora, mas a equipe europeia bateu a Bulgária por 3 sets a 2 na primeira fase, e nesse caso soma dois pontos, ao invés de três.

No atual estágio, são levados os resultados anteriores da primeira fase, exceto diante dos times que não avançaram (no caso brasileiro, os jogos contra Tunísia e Coreia do Sul são descartados). Estão agora contabilizados os triunfos sobre China, Bulgária, Cuba, Finlândia e Alemanha.