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Saques venenosos de Lipe e inversão de dupla do banco são trunfos do Brasil

Lipe tem entrado bem nos saques - Alik Keplicz/AP Photo
Lipe tem entrado bem nos saques Imagem: Alik Keplicz/AP Photo

José Ricardo Leite

Do UOL, em Katowice (Polônia)

21/09/2014 11h00

Se o ritmo do jogo não está bom para a seleção brasileira, o técnico Bernardinho tem pelo menos duas “tacadas” que costuma utilizar e durante o Mundial masculino de vôlei e podem ser repetidas na decisão deste domingo, às 15h30 (horário de Brasília), contra a Polônia. E elas têm funcionado muito bem, sobretudo na sofrida vitória por 3 a 2 sobre a França, no sábado.

Uma delas é colocar em quadra o aguerrido Lipe para despachar para o lado rival seus venenosos saques. O ponteiro diversas vezes entra no lugar de Murilo apenas para executar o serviço, que sempre que entra dificulta demais a recepção dos adversários.

No jogo contra os franceses, o Brasil chegou a estar sete pontos atrás no segundo set. Com uma sequência de saques de Lipe que teve dois aces, o time chegou até a empatar em 20 a 20. Mas depois acabou perdendo a parcial.

No terceiro e quarto sets, no entanto, a tática funcionou novamente e de forma decisiva para os triunfos. Os saques entraram duas vezes nos finais das parciais, e em todas elas o time conseguiu pelo menos um ponto em seu serviço. 

“É importante, venho treinando bastante essa situação de entrar para o saque em um momento de dificuldade. Temos que estar prontos sempre”, falou o ponteiro. “É um saque com um pouco mais de peso e risco. Mas a intenção é essa, botar a recepção em dificuldade com peso e porrada. É uma técnica de um lançamento um pouco mais rápido. Sempre treinei viagem desde pequeno”, prosseguiu.

As outras armas têm sido as entradas do Raphael e de Leandro Vissotto na chamada inversão, quando o levantador se posiciona na parte de trás e o oposto se junta aos demais na rede, aumentando o poder de ataque. Vissotto ainda aumenta o poder de bloqueio, com seus 2,12 m.

Raphael funcionou bem nos saques, complicando a defesa rival, enquanto o oposto fez oito pontos entrando do banco, mas anotou os cruciais para a vitória. Marcou três dos últimos cinco pontos no tie-break, incluindo a bola do jogo.

“É bom demais poder ajudar, o jogo está ali parelho e conseguimos no saque, bloqueio fazer dois ou três pontos e os rivais já sentem um pouco. É bom demais e agora vamos para a final”, declarou Vissotto.

“É bacana, são todas estratégias. Trabalhamos pra isso, meu saque não é forte, é mais tático e procuro mais uma coisa tática do que forçar. Fico feliz de poder contribuir dessa maneira”, falou Raphael.

As armas brasileiras podem ser utilizadas na partida desde domingo, contra a Polônia, em Katowice, pela decisão do Mundial, às 15h40 (horário de Brasília). O jogo é uma revanche para os brasileiros, que foram derrotados pelos anfitriões na terceira fase, por 3 sets a 2.