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Maratona no Mundial de vôlei faz seleções jogarem 2 vezes em 12 horas

Leandro Carneiro

Do UOL, em Trieste (Itália)

25/09/2014 14h00

As atletas do Mundial de vôlei estão enfrentando uma verdadeira maratona. Muitas seleções estão precisando disputar até duas partidas em um intervalo de aproximadamente 12 horas, diferentemente do que aconteceu no início da competição masculina, quando os times jogavam dia sim e outro não.

Na competição para as mulheres, elas têm entrado em quadra todos os dias. A exceção fica para a próxima sexta-feira, quando as competidoras terão pela primeira vez um dia de folga. Sábado e domingo elas voltam às quadras duas vezes para fechar a primeira fase.

Do primeiro para o segundo dia, as seleções da Tunísia e Estados Unidos foram as equipes que encararam o menor intervalo, fechando a disputa na terça e abrindo na quarta-feira. Nesta quinta-feira, Tailândia e Porto Rico passaram pelo mesmo problema.

Esse calendário intenso tem gerado reclamações por parte das equipes. Uma dessas queixas partiu do técnico Aleksandr Chervyakov, que comanda a seleção do Azerbaijão, que venceu o Japão no primeiro dia e perdeu para China na sequência.

“Particularmente, nós estamos cansados porque fizemos um duro jogo contra o Japão. Essa é a razão para a dificuldade que tivemos”, falou após a derrota paras as chinesas.

No Brasil, a situação não chegou a ser tão grave de pegar um jogo fechando um dia e abrindo o seguinte. No entanto, o desgaste gera preocupação na comissão técnica. Para o jogo contra o Canadá nesta quinta-feira, a equipe teve apenas 14 horas de descanso.

“Essa é a dinâmica do campeonato e além dos jogos você tem o treinamento. Vôlei está acostumado a treinar no dia do jogo, até porque algumas jogadoras gostam de tocar mais na bola, se movimentar ao invés de esperar chegar a hora do jogo. Tem de ter cuidado muito grande porque pode vir a ter lesões, que é o que mais preocupa”, disse José Roberto Guimarães, treinador da equipe.

Para evitar o pior, o técnico usou uma tática neste começo de torneio. No primeiro e terceiro duelos, ele optou pelo time titular, e na partida do meio, usou as reservas. A exceção foi Camila Brait, que esteve em quadra nos três, pois Léia, reserva de sua posição, está com uma contratura nas costas. “O mais importante é realmente tentar esse revezamento para não sobrecarregar ninguém”, completou o técnico.

A capitã Fabiana, que não atuou contra Camarões,  falou sobre a importância que foi o tempo dado pelo treinador e ressaltou que muitas vezes as atletas não conseguem descansar.

“Achei bom que o Zé conseguiu usar todo mundo, acho isso super importante para poder descansar. Dá (para descansar) mais ou menos, é sempre aquela correria, depende do jogo. Hoje, graças a Deus, deu para descansar um pouco mais, mas a gente sabe que depois vai ser só pedreira”, finalizou.

As seleções que chegarem à fase final da competição terão passado por 13 jogos em um período de apenas 20 dias. Entre os homens, a quantidade de partidas foi o mesmo, mas os atletas tiveram três dias a mais de disputa.