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Piccinini brilha aos 35 anos. Mas vida de modelo quase a tirou da seleção

Leandro Carneiro

Do UOL, em Milão (Itália)

08/10/2014 06h01

Uma das jogadoras italianas mais famosas da Itália, Francesca Piccinini é conhecida não apenas por seu talento dentro das quadras. Dona de uma beleza de destaque, ela também ganhou fama com seus trabalhos como modelo, que inclui até um ensaio para a Playboy. Mas, essa vida fora das quadras nem sempre foi motivo de glórias, ela já rendeu dor de cabeça para a jogadora.

Ainda hoje, a atleta é o foco dos flashes no time italiano. Além de estampar a capa da Playboy, Piccinini já fez outros ensaios, muitas vezes nua, para publicações como a Men’s Health. A jogadora também já brilhou em campanhas publicitárias.

E foi justamente essa sua vida de modelo que acabou gerando diversos questionamentos por parte dos italianos sobre seu comprometimento com o vôlei. Ela foi cortada do Campeonato Europeu de 2005, o que aumentou as especulações sobre sua queda de rendimento. Curiosamente, o corte foi feito justamente por Marco Bonitta, atual treinador da seleção italiana, com quem ela não teria boa relação na época.

Ela voltou ao time no ano seguinte, mas ao lado de outras jogadoras experientes, Piccinini chegou a expor que não disputaria o Mundial de 2006 se Bonitta fosse mantido no cargo, pois o técnico usava palavras de desrespeito com suas atletas.

Hoje, aos 35 anos, em seu quinto Mundial, Piccinini, que jogou no Brasil aos 17 anos, tem uma nova missão. Capitã da seleção italiana, ela comanda a equipe na competição em seu país de origem e ajuda na “renovação” da equipe.

Mais velha jogadora do time, a diferença de Piccinini para Christina Chirichella, a mais novata da equipe, é de 15 anos. A italiana é a quarta mais experiente entre todas as jogadoras que estiveram no torneio.

Sua importância e a idade avançada fez com que ela fosse poupada em alguns jogos nas primeiras fases, como contra a Argentina, quando ficou apenas no banco de reservas.

O Mundial na Itália provavelmente será o último da atleta como jogadora da seleção. Se conquistar a taça, ela chegará ao bicampeonato, pois já foi campeã em 2002, na Alemanha.

Essa longa carreira nas quadras de vôlei começou quando ainda era uma criança. Aos oito anos, na cidade de Massa, influenciada pelo desenho "Attacker You!", ela resolveu jogar vôlei. Quatro anos depois, ela assinou seu primeiro contrato como atleta.

O carisma de Piccinini, ao lado de outras jogadoras da Itália, foi usado para divulgar justamente o desenho animado da década de 80 que a inspirou. Ela foi transformada em uma personagem no início da competição deste ano para a venda dos DVD's do mangá.

Mas, a carreira dela não para “apenas” como modelo, atleta e desenho animado. Ela também já se arriscou como escritora ao lançar sua autobiografia “La melagrana” (A romã, fruta que a atleta diz acreditar que a representa). Ao lançar a obra, ela disse que sua intenção era mostrar como ela realmente era.

Nesta quarta-feira, assim como acontece com o Brasil, a Itália estreia na terceira fase do Mundial. O adversário será os EUA.

Piccinini vira desenho animado - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Imagem: Reprodução/Instagram