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Brasil passa sufoco e quase toma virada, mas conquista bronze ante Itália

Leandro Carneiro

Do UOL, em Milão (Itália)

12/10/2014 14h49

O Brasil conseguiu se recuperar da derrota para os Estados Unidos no último sábado e conquistou a medalha de bronze no Mundial feminino de vôlei após muito sufoco. As brasileiras venceram a Itália por 3 sets a 2, parciais de 25-15, 25-13, 22-25, 22-25 e 15-7, e superaram a torcida, que lotou o Mediolanum Forum, em Milão.

A medalha de bronze quase escapou pelas mãos em uma virada histórica sofrida pelas brasileiras. O time massacrou as rivais no começo do duelo, mas caiu muito e sofreu para definir a partida, quase perdendo o jogo.

A torcida, que foi um gás especial para as italianas nesta reta final, fez uma linda festa mais uma vez. Apesar de ter caído muito quando o Brasil abriu vantagem, eles cresceram junto com o time e fizeram muito barulho no ginásio.

Apesar de ter ficado com o terceiro lugar, o Brasil termina o torneio com a melhor campanha. A seleção brasileira foi a única a perder apenas um jogo.

Fases do jogo: Quem esperava um início de jogo abatido do Brasil acabou se surpreendendo. As atletas mostraram que digeriram bem a derrota para os EUA e entraram em quadra dispostas a não dar chances para a Itália. Na primeira parada técnica, a seleção já tinha o dobro de pontos das italianas. Quando a diferença ficou grande, o treinador Marco Bonitta colocou Francesca Piccinini em quadra. Mas, nem a experiência da jogadora parou um Brasil quase perfeito no ataque, defesa e bloqueio. Assim, ficou fácil definir o primeiro set com dez pontos de vantagem.

A tranquilidade do primeiro set não apareceu no segundo. O jogo foi equilibrado durante todo o seu começo, o que fez com que o ginásio começasse a gritar a cada ponto italiano. O Brasil só conseguiu uma pequena vantagem graças a Dani Lins, que fez dois pontos seguidos, em uma bola de segunda e um bloqueio. Os pontos da levantadora desmontaram a seleção italiana que estacionou no 11º ponto enquanto a seleção brasileira pontuava em sequência, foram 14 bolas brasileiras até que a Itália conseguisse rodar. Aí já era tarde e a equipe de Zé Roberto definiu a parcial em 25-13.

Carregadas pela jovem Diouf, a Itália teve no terceiro set seu melhor início em uma parcial nesta partida. As italianas até chegaram a abrir uma boa vantagem, que chegaram à segunda parada com cinco pontos à frente. Neste momento, o Brasil voltou a crescer no jogo e pontuou em sequência até encostar no placar. Mas a reação foi insuficiente, pois a parcial acabou vencida pelas italianas em uma bola explorada no bloqueio de Dani Lins.

O quarto set começou melhor para o Brasil, graças a Sheilla. Dois aces e um saque que quebrou completamente o passe adversário colocaram a seleção com uma boa vantagem. Mas a diferença construída foi toda reduzida logo na sequência com as italianas até virando o placar. Um lance curioso chamou atenção na quadra. A arbitragem ficou na dúvida sobre se uma bola teria batido no chão ou no pé de Diouf e mandou a jogada voltar após marcar ponto brasileiro.

O Brasil voltou a reagir em quadra no começo do set decisivo. Quando a equipe deu a impressão de que perderia a medalha, elas cresceram de novo na partida e não deram nenhuma chance para as italianas no tie-break. Fe Garay foi a responsável por definir o duelo.

Toque do técnico: Marco Bonitta pode ser considerado o grande responsável pela reação italiana. Ao perceber que Nadia Centoni não fazia boa partida, ele resolveu apostar na jovem Diouf no fim do primeiro set. Daí para frente, ela ficou como titular e brilhou em quadra.

Melhor – Diouf: Ela tem apenas 21 anos, mas justificou o motivo dos italianos a tietarem muito depois das partidas. Ela saiu do banco de reserva para se tornar a maior pontuadora da equipe e ajudar a Itália a equilibrar a partida.

Pior – Nadia Centoni: Ela era a principal atacante da Itália nesta fase final do Mundial, mas foi praticamente nula no jogo deste domingo. Apenas um ponto no primeiro set fez com que ela perdesse o lugar para Diouf em quadra. Ela até saiu do banco e teve chances na segunda parcial, mas passou em branco. Daí para frente, ela nem retornou para a quadra.

Para lembrar

Torcida italiana. A derrota na semifinal não acabou com a empolgação na Itália. Já no aquecimento das jogadoras, o público no ginásio de Milão gritava a cada “ataque” das atletas.

Coincidência? O Brasil jogou 13 partidas neste Mundial e apenas um deles começou do lado direito da quadra. Justamente na derrota para os EUA. Neste domingo, a equipe voltou para o seu “lado da sorte”.